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Nascida em Madureira, criada em Vila Isabel, a primeira mulher a fazer parte da Ala de Compositores da Mangueira, Leci Brandão, acima de tudo é uma batalhadora. Lutou muito para conquistar seus espaços. Filha de Lecy de Assumpção Brandão e Antonio Francisco da Silva, família humilde, teve a necessidade de ajudar no orçamento familiar.
Desde muito nova, principalmente após a morte de seu pai, causado por um AVC (Acidente Vascular Cerebral), mudou seus estudos diurnos para noturnos. Apesar dos obstáculos, a moça persistiu e conseguiu trabalho na DATAMEC, TELERJ e, por fim, na faculdade Gama Filho, chegando a cargo de chefia.
Influenciada por Jorge Benjor e pelo rock americano, a compositora apareceu para o grande público pela primeira vez em 1968, quando ganhou o prêmio do programa A Grande Chance, da TV Tupi.
Em 1973, o crítico musical e jornalista Sérgio Cabral descobriu Leci e a convidou para gravar um disco. Naquela época ela cantava no Teatro Opinião, na noitada de samba, sob o comando de Jorge Coutinho.
No ano seguinte Sérgio levou Leci para a gravadora Marcus Pereira Discos, onde gravou seu primeiro compacto simples. Lançou três álbuns nos anos 70 até brigar com a gravadora no final da década e passar um longo tempo se dedicando à atuação política, em movimentos ligados à defesa dos direitos humanos e ao sindicalismo. Seu primeiro LP, “Antes que eu volte a ser nada”, agraciado por vários prêmios da critica, foi lançado em 1975.
Porém durante cinco anos Leci ficou sem gravadora, por absoluta questão política (1980-1985). As gravadoras não a aceitavam por causa de suas músicas com temáticas sociais. Cantou a defesa das minorias (todas elas).
Era convidada pra cantar em todos os eventos afinados com sindicalistas, índios, prostitutas, gays, partidos de esquerda, movimentos de mulheres e principalmente do movimento negro.
Durante este período em que não lançava discos, Leci investiu na carreira internacional, fazendo shows nos cinco continentes. Voltou ao mercado brasileiro em 1985 e em 1990 ganhou dois prêmios Sharp pelo álbum “Cidadã Brasileira”.
Tornou-se comentarista dos desfiles das escolas de samba do Rio e reapareceu com força lançando álbuns com regravações de grandes sucessos. Entre seus ídolos constam Martinho da Vila, Ruth de Souza e Benedita da Silva.