Margareth Menezes provou sua versatilidade com grande show

A baiana Margareth Menezes mostrou no show de ontem à noite, no Porto-Geral, por que é considerada uma das cantoras brasileiras mais versáteis da atualidade. De pés descalços e um gingado afro, ela fez o público dançar durante 1h40, passando por vários estilos de músicas e surpreendendo ao recordar os anos dourados com Estúpido Cupido e Banho de Lua.

Pela primeira vez se apresentando em Mato Grosso do Sul, confessou, ao final do show, que cantou com o coração para os corumbaenses porque se apaixonou pela cidade, pela sua gente e pelas belezas naturais que cercam Corumbá. “Vocês são uns privilegiados em morar num lugar tão maravilhoso como o Pantanal”, disse ela, em entrevista.

Margareth lembrou que ouviu pela primeira fez falar em Corumbá quando ouviu a música “Cunhataiporã”, um das obras primas de Geraldo Espíndola, cuja letra diz: “Onde você quer ir meu bem?/Diga logo pra eu ir também/Você quer pegar aquele trem?/É naquele trem que eu vou também/É pra Ponta Porã?/Cunhataiporã chero rai ro/É pra Corumbá?/É lá que eu vou pegar um barco/E descer o rio Paraguai/Cantando as canções que não se ouvem mais”.

“Minha referência da região era a Tetê Espindola, sou fã dela. Assisti um show da Tetê nos anos 80, em São Paulo, quando eu ainda era um bicho grilo”, contou, lembrando da letra de Cunhataiporã.

Novo CD

Na entrevista antes do show, ela falou do novo CD, “Naturalmente”, onde faz uma homenagem a ex-ministra Marina Silva pela sua luta em favor do meio ambiente. Com 17 anos de carreira, este será seu nono trabalho. O último CD, “Pra você”, foi elogiado pela crítica, que o considerou diferente do estereótipo que se cria em torno dos artistas baianos.

No palco do Festival Pantanal das Águas, de frente para o Rio Paraguai, Margareth Menezes soltou a voz, apresentando um repertório diversificado, bem ao seu estilo afropopbrasileiro. Depois de cantar Não Chores Mais (No Woman no Cry), que considera um hino, enveredou-se por Festa, Poeira e Amor I Love You, sucessos de Ivete Sangalo e Marisa Monte.

De joelhos

Na última parte do show, antes dos insistentes biss, que atendeu com muita dose de carinho com o público, a cantora baiana lembrou também dos seus sucessos, como “Dandalunda” e “Mainbê Dandá”, de Carlinhos Brown, que a empurraram para o cenário nacional. “Quero ver o sacudimento”, gritou, um convite para o público dançar – ainda mais!

A despedida foi apoteótica, pois a platéia queria mais Margareth Menezes. Ela anunciou o final do show por três vezes e a derradeira foi arrasadora, de joelhos no palco. Interpretou velhos sambas-enredo, como “É hoje” (1981), e foi sublime em “O que é, o que é?”, de Gonzaguinha.

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