Louvação à Iemanjá e lavagem de escadaria acontecem amanhã

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Lavagem da escadaria será na noite de terça-feira

A tradicional Louvação à Iemanjá, promovida anualmente pela Prefeitura de Corumbá, tem início nesta terça-feira, 30 de dezembro, com o ritual da Lavagem da Escadaria da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária.

A lavagem, com água de cheiro, acontecerá após a missa solene, celebrada na própria Matriz a partir das 19h30. Representantes das tendas de Umbanda e Candomblé participarão da celebração.

Depois da missa e do ritual de lavagem da escadaria, os fiéis seguem em cortejo para a prainha do Porto Geral onde é realizada a Louvação à Iemanjá. As oferendas à Rainha das Águas também serão realizadas na noite de 31 de dezembro, no mesmo local.

Escadaria

A tradição de lavar as escadarias das igrejas surgiu em Salvador. Na Bahia, a Lavagem do Bonfim é considerada a segunda maior manifestação popular e a principal festa religiosa. Em 1754, quando a imagem do Senhor Crucificado foi transferida da Igreja da Penha, em Itapagipe, para a sua própria igreja, na Colina Sagrada, as escravas queriam assistir à missa e lavar a igreja com ervas de cheiro (como alecrim, alfazema e manjericão e flores), mas foram impedidas.

Depois de terem as portas da igreja fechadas, ao descer as escadas o orixá de um Pai de Santo quebrou o vaso que continha água de cheiro na escadaria, nascendo assim a tradição que é mantida também em Corumbá.

Iemanjá

Conta a história popular que Iemanjá era uma mulher muito bonita. Orungã, o Édipo africano, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não conseguiu renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã.

Na fuga cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.

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