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Depois do Carnaval, que atraiu turistas de todo o estado e de outras unidades da Federação, principalmente São Paulo, a pesca esportiva volta movimentar a cidade de Corumbá, considerada a Capital do Pantanal. A modalidade do pesque e solte já está permitida desde o primeiro dia do mês de fevereiro, na calha do rio Paraguai. A partir deste domingo, 1º de março, está liberada também a pesca, com captura, em toda a bacia pantaneira e rios do Mato Grosso do Sul, com o fim da piracema que foi até ontem, sábado.
Em Corumbá, a movimentação no cais do Porto Geral fica intensa a partir deste mês de março, com a saída de grupos de turistas para pescarias no rio Paraguai e afluentes. São pessoas de todo o Brasil e também do exterior, que procuram esta região, para belos momentos junto à natureza e, é claro, aproveitar a oportunidade para fisgar dourados, pacus, pintados, cacharas, jaús e outros belos troféus.
O trabalho desenvolvido pela Prefeitura Municipal, através do setor de turismo, em parceria com os empresários locais e com a Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo (Acert), a pesca é um dos setores turísticos mais consolidados na região.
A cidade conta com uma forte estrutura de barcos para pesca amadora fluvial, provavelmente a maior da América do Sul, oferecendo conforto, segurança, e atendimento personalizado. O Pantanal é um atrativo à parte, com a sua exuberância, belezas e a diversidade das espécies.
Conforme dados fornecidos pela Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo (Acert), de março a outubro, o setor injeta diretamente na economia do município cerca de R$ 26,5 milhões.
O setor emprega diretamente 4.568 marítimos, 219 funcionários na área administrativa e movimenta ainda aproximadamente 560 profissionais liberais para a manutenção das empresas e embarcações, tais como mecânicos, eletricistas, encanadores, costureiras, marceneiros, soldadores, pintores, entre outros.
Ainda de acordo com os dados da Acert, as vinte empresas associadas fecharam 2008, 254 grupos, ou seja, cerca 4 mil pessoas passaram por Corumbá até outubro, fim da temporada.
Na avaliação do empresário Luís Martins, 2008 foi um dos melhores anos para o setor. Ele relaciona o crescimento aos serviços prestados, à infra-estrutura das embarcações e à profissionalização dos funcionários. “O turismo de pesca é o único produto que nós vendemos e podemos entregar. Faça chuva, faça sol o Rio Paraguai é navegável. Cada pescaria é uma história, por isso 70% dos nossos turistas sempre voltam”, explica.
Para Luís, o turismo de pesca melhorou muito, quase 100%. “Tivemos momentos em que 90% do turismo era de contemplação e apenas 10% de pesca, dado as dificuldades de logística, perdemos este mercado. Hoje a realidade que vivemos é inversa, 90% é de pesca e apenas 10% de contemplação. Acredito que em Corumbá há espaço tanto para o turismo de pesca, quanto para o ecoturismo”, afirma.
Infra-estrutura
A frota é composta por trinta e três barcos que somam mais de 600 leitos. O número de leitos varia de oito a 108, dando maior flexibilidade para os turistas ou pescadores formarem seus grupos.
É submetida a rigorosas vistorias efetuadas pela Capitania dos Portos do Pantanal do Mato Grosso do Sul. Vistoria em seco onde são inspecionados os cascos das embarcações e vistoria flutuando na qual é analisado a segurança, salvatagem, máquinas, combate a incêndio, luzes de navegação e rádio comunicação.
Tudo isso sem prejudicar o conforto. Os barcos oferecem um pacote de cinco dias, onde está incluso, camarotes com banheiro privativo, ar condicionado, alguns com frigobar, refeitório com ar condicionado, TV, DVD, karaoquê, aparelho de som, antena parabólica, bar.
Com tanto conforto e pesca liberada, é só programar e vir para Corumbá. Serão momentos inesquecíveis, belas pescarias e oportunidade de conviver com as belezas naturais que só o Pantanal proporciona.
MT mantém proibição
O juiz federal Raphael Cazelli de Almeida Carvalho, da Subseção Judiciária de Cáceres, no Mato Grosso, decidiu prorrogar a proibição da pesca no Pantanal daquele estado por mais 30 dias. A decisão se deve à escassez de chuva na região. Ele acatou argumentos contidos na ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal, assinada pelo procurador Fernando Zelada. Nos demais rios do Estado a pesca está liberada. A medida judicial, de acordo com o magistrado, não atinge a pesca de subsistência.