Com silagem, Corumbá incentiva produção da bacia leiteira

 Marcos Boaventura

  
Equipamentos da Prefeitura contribuem para produção de alimento do gado nos assentamentos de Corumbá

A Prefeitura Municipal está desenvolvendo um trabalho nos assentamentos rurais da região para garantir auto-suficiência na produção leiteira durante todo o ano, inclusive no período de seca. O projeto já atende pequenos produtores das regiões do Paiolzinho, Taquaral e Tamarineiro II Sul, por meio do processo de silagem.

A Prefeitura Municipal está desenvolvendo um trabalho nos assentamentos rurais da região para garantir auto-suficiência na produção leiteira durante todo o ano, inclusive no período de seca. O projeto já atende pequenos produtores das regiões do Paiolzinho, Taquaral e Tamarineiro II Sul, por meio do processo de silagem.

Em 2007 a Secretaria Executiva de Desenvolvimento Agropecuário iniciou a distribuição de sementes de braquiária, além de mudas de napier e outras leguminosas, para garantir alimento ao rebanho bovino, evitando a queda na produção do leite. A ação faz parte do Programa Municipal de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Pantaleite), desenvolvido pela Prefeitura de Corumbá, em atendimento aos produtores rurais cadastrados pela Prefeitura, para entregar o produto à Usina de Leite instalada no Urucum, hoje em reforma. Por causa das obras, a produção está parada, com previsão de ser retomada nos próximos dias.

O secretário Pedro Lacerda informou que o Município está buscando todas as alternativas para viabilizar a cadeia produtiva de leite de Corumbá. Explicou que além das sementes e mudas de leguminosas, os produtores recebem também suplemento mineral alimentar, para garantir a produção do leite durante os meses de estiagem, quando o pasto fica escasso e pobre em vitaminas.

Através do Pantaleite, a Prefeitura iniciou em 2007, um curso de produção de silagem destinado ao pequeno produtor rural, como alternativa para garantir alimento ao gado. A princípio, seria solução apenas para o período da seca. Hoje, no entanto, o processo está voltado para uma produção em escala maior, como forma de assegurar alimentação durante todo o ano.

O gerente de Assistência Técnica e Fomento Agropecuário, Marcelo Roberto Wanderley Filho, afirma que os técnicos da Prefeitura trabalham hoje para mostrar aos produtores que o sistema de silagem é o meio mais viável para garantir um bom alimento. "Um metro quadrado de silagem, napier e cana, por
exemplo, rende mais que um metro quadrado de braquiária. Se a produção for em escala maior, vai assegurar alimento para o gado o ano inteiro, melhorando a nossa produção de leite", ressaltou.

Outro fator destacado pelo gerente é o fato de que, através da silagem, o gado terá um alimento balanceado. "Isso contribui para maior ganho na produção. Por isso mesmo a nossa aposta em trabalhar com este sistema durante todo o ano", explicou.

O processo de silagem está sendo desenvolvido em 10 propriedade rurais no sistema de condomínio. "Cada propriedade atendida, abastece até cinco produtores rurais que fazem parte do grupo", comenta Marcelo, lembrando que, dessa forma, a Prefeitura trabalha para evitar a perda de peso do rebanho na
região pantaneira, que chega a 80% na época de seca, prejudicando a produção.

A silagem

O projeto foi desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Edécio Burguês de Andrade e pelo veterinário Carlos Eduardo de Carvalho e está sendo acompanhado também pelo agrônomo Luis Auri Pereira. Além da garantia de alimento para o rebanho, é apontado também como forma de evitar mortandade, como já ocorreu em anos anteriores.

Além do napier, o produtor pode aproveitar folhagem e os talos existentes na propriedade, como cana-de-açúcar, rama de mandioca e outros tipos de leguminosas ricas em proteína, como é o caso da leocena. O método não é complicado. O primeiro passo é o corte de toda a folhagem e talos, com ajuda de um trator com uma ensiladeira que despeja todo o material em uma carreta.

Após isto, toda folhagem e talos são despejados ao solo para compactação e cobertura com lona, para um processo de fermentação, durante 30 dias. Passado o período, estará em condições de ser utilizado como alimento para o gado e outros animais da propriedade.

O processo de silagem é realizado em parceria. A Prefeitura disponibiliza sementes, máquinas, equipamentos, lona, além de combustível. Os produtores são responsáveis pela formação dos grupos e pela mão-de-obra. A idéia é fomentar o método e, ao mesmo tempo, fazer com que os pequenos produtores se organizem para a produção de silagem, forma considerada mais prática de se estocar forragem para garantir alimento durante todo o ano.

Antonio Carlos – Subsecretaria de Comunicação Institucional

 

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