Marcos Boaventura |
A Oficina Escola de Ladrilho Hidráulico está permitindo resgatar um bem cultural e a técnica de produção de ladrilhos que eram utilizados no revestimento de pisos e outras partes de construções no início do século XX. A formatura ontem, quarta-feira, de 19 ladrilheiros, foi mais um passo para Corumbá ter sua própria produção de peças que serão utilizadas em restaurações de antigos casarões tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional, não só particulares, mas também da própria Prefeitura e do Iphan.
O secretário Cássio Augusto da Costa Marques, de Gestão Governamental, representou o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira na solenidade realizada no Moinho Cultural. Na chegada ao local, ele disse que se sentia “gratificado” em participar do ato, relembrando seu avô Miguel de Siervi, que, há 90 anos atrás, chegou a Corumbá, vindo da Itália, e “montou uma fábrica de ladrilho hidráulico nos fundos de sua casa”.
“Ele era ladrilheiro e acredito que uma das prensas que hoje serve a Escola, é oriunda dessa fábrica que meu avô montou em Corumbá”, afirmou o secretário. Conforme ele, o imóvel de sua avó, na Rua Tiradentes, ainda conserva nas paredes e no piso, ladrilhos fabricados pelo seu avô.
Conforme ele, a formatura desta segunda turma representa o resgate de uma cultura que faz parte da história da cidade. Disse que o início é sempre difícil, e que é preciso “perseverar” para atingir os objetivos que é transformar todo aprendizado, em uma nova profissão, aumentando a renda familiar.
O ladrilho hidráulico é uma peça plana de pequena espessura utilizada em revestimentos de pisos. Teve origem européia e chegou ao Brasil no início do Século 19, trazido pelos italianos. Em Corumbá, chegou no inicio do Século XX e ornamentou o interior de muitas residências e comércios.
Formandos
Esta segunda turma iniciou o curso em fevereiro. Eram 25 alunos e apenas seis não completaram a capacitação, número de desistentes considerado pequeno para Maria Margareth Lima, superintendente do Iphan no Mato Grosso do Sul. Todos os 19 firmaram um compromisso com o Moinho Cultural e vão fazer parte de uma cooperativa, que vai facilitar a profissão de todos a partir de agora.
Os novos formandos são: Adelmo Vilanova Rodrigues, Bruna Jarde de Figueiredo Basualdo, Douglas Eduardo da Silva Valdes, Hellyvelton Bruno Surubi Ribeiro, Josiele de Lima Santhiago, Karla Valéria Brito Monteiro, Laura do Carmo Campos Soares, Letícia Helena de Moraes Delmão, Mercedes Rodrigues, Rafael Gomes Surubi, Reginaldo da Silva Valle, Rennan Zambrana Santana, Reuter Rodrigues Espinosa, Roney Gimenez Ibarra, Rosilene Auxiliadora Garcia, Tatiane Garcia, Valdeir Vilalva da Rocha, Walcir Carlos Martins e Willian de Araújo Ramos de Arruda.
Antônio Carlos – Subsecretaria de Comunicação Institucional