Corumbá presta últimas homenagens e dá adeus a Jorapimo

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O corpo do artista plástico foi sepultado no cemitério Santa Cruz

Corumbá se despediu, na manhã desta segunda-feira (23), de José Ramão Pinto de Moraes, o Jorapimo, que faleceu na madrugada de ontem (22) aos 71 anos, no Hospital Universitário de Campo Grande. O corpo do artista plástico que imortalizou sua cidade natal e o Pantanal, em diversas obras conhecidas nacional e internacionalmente, foi sepultado no cemitério Santa Cruz, após receber as últimas homenagens de amigos e parentes, além do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira e da primeira-dama Beatriz Cavassa de Oliveira, em cerimônia marcada por muita emoção e tristeza.

Na ocasião, representantes do segmento cultural de Corumbá lembraram que a obstinação e inquietação de Jorapimo em levar a cultura pantaneira aos mais diferentes locais, por meio de suas telas, jamais será esquecida. Também destacaram que se trata de uma despedida de corpo apenas, pois a sua presença entre os corumbaenses está imortalizada por sua arte, em seus quadros que irradiam para o mundo as belezas e o jeito de ser pantaneiros, que desde cedo foram inspirações das obras de um pioneiro em Mato Grosso do Sul.

Quando foi informado do falecimento do artista que valorizou o patrimônio arquitetônico e histórico de Corumbá, o prefeito Ruiter lamentou a perda de tão extraordinária pessoa e personalidade da arte corumbaense e brasileira, afirmando: “A dimensão de sua existência só engrandeceu a nossa terra, projetando Corumbá e o Pantanal para o Brasil e o mundo. Esta cidade se orgulha de ter sido a terra natal de um sul-mato-grossense que ousou ser diferente e não mediu esforços para ter seu trabalho reconhecido. Por isso, a memória de Jorapimo nos deixa, além da enorme contribuição para a nossa arte, uma lição de coragem e gosto pela vida”.

Para a superintendente de Cultura de Corumbá, Heloísa Urt, Jorapimo soube imortalizar figuras populares do Pantanal e as transformou em símbolos, como os vaqueiros, as lavadeiras e o homem do campo. “A identidade pantaneira permeia toda a sua obra, e essa marca vai ficar para sempre”, disse, destacando a inquietação do artista em nunca se acomodar à espera de convites. “O Jorapimo nunca precisou ser convidado, ele sempre acreditou em sua arte e, por si mesmo, saía mundo afora para expor seu trabalho. Ele não esperava, fazia acontecer”, concluiu.

Vida e obra

José Ramão Pinto de Moraes nasceu em Corumbá em 1937 e começou a pintar na década de 1950. Fascinado pelo universo criado pelos mestres Gauguin e Cézanne, Van Gogh, Lasar Segall, Anita Malfatti e Cândido Portinari, abraçou o expressionismo que, entre outras possibilidades, busca “deformar” a figura para ressaltar o sentimento. Para dar forma às suas obras, o artista utiliza a técnica da espátula.

O Pantanal sempre foi sua grande inspiração. Jorapimo retratou a natureza e o homem que nela vive. Pintou também, com nostalgia, casarios do porto de Corumbá, barcas e pescadores. E foi ao focalizar os camalotes, planta aquática que domina as vazantes e corixos pantaneiros, que o artista conseguiu extravasar com mais emoção o amor à sua terra.

O corumbaense já participou de diversas mostras coletivas e individuais em Campo Grande, Corumbá, Cuiabá, São Paulo, Rio Claro, Campinas e Vitória. Suas obras já foram expostas também no Japão, Alemanha, Estados Unidos, Paraguai, Bolívia e Uruguai. Como reconhecimento a esse amplo trabalho, ele foi homenageado no 5° Festival América do Sul (FAS), que ocorreu de 30 de abril a 4 de maio de 2008, em Corumbá.

Subsecretaria de Comunicação Institucional (Com informações do site Diário Online)

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