Livro ‘Izulina Xavier – Esculturas no ar’ será lançado na sexta-feira

‘Izulina Xavier – Esculturas no ar’ é o título do livro da escritora Maria Eugênia Carvalho do Amaral que será lançado na sexta-feira (30) no Centro de Convenções do Pantanal Miguel Gómez. A publicação é da Editora do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS) e faz parte da série Eu Sou História, volume XIV. O lançamento conta com apoio da Prefeitura Municipal, por meio da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal.

“Um pequeno livro sobre uma grande e surpreendente mulher”, assim define a autora desta edição que conta com 40 páginas. Relata o nascimento de Izulina, em 18 de abril de 1925 em Simões, uma cidadezinha do Piauí, que na época nem escola tinha, próxima às fronteiras de Pernambuco e Ceará, quase na serra do Araripe. Ainda menina, foi alfabetizada pelo avô, juntamente com seus dez irmãos. Desde recém-casada, Izulina Gomes Xavier reside em Corumbá, onde construiu sua família e mais, muito mais…
No livro, a escritora Maria Eugênia C. Amaral descreve a vida de Izulina desde sua chegada em Corumbá, com 19 anos, até os dias atuais. A autora comenta que a jovem Izulina ficou muito impressionada quando viu, pela primeira vez, a imensidão do Pantanal. “Aquela água toda, com uma explosão de vida ao seu redor, foi uma imagem muito forte para quem havia conhecido a seca do nordeste na própria pele”, diz Maria Eugênia.
E assim, feliz, como quem descobre a terra prometida, Izulina e seu marido, José Xavier, desembarcaram do vapor Fernandes Vieira no movimentado porto de Corumbá, em 1944. Sobre esse dia, como registra o livro, Izulina comentou: “Ah, foi um amor à primeira vista. Um encantamento… Corumbá! O Pantanal! Aquela água toda! Não era mar. Não era água salgada, era doce. Água pra beber! É aqui que eu quero ficar. Nunca mais eu vou embora daqui!”. E Izulina cumpriu sua palavra. Por aqui ficou desde então.
Ao entrevistá-la, coletando material para o livro, Maria Eugênia recolheu este depoimento que revela como Corumbá e o trabalho de escultora estimulam Izulina até hoje: “Eu vivi no campo, nadei com os peixes, cantei com os pássaros e voei com as borboletas… Já fui muito feliz. E nada me impede, com tudo o que eu passei, de eu ainda ter minha felicidade. De vez em quando eu me descubro voando, feliz da vida. Uma sensação tão boa, tão gostosa… Quando eu consigo terminar uma escultura que eu gosto, eu fico numa felicidade que você não queira nem saber”.
Cidadã corumbaense e sul-mato-grossense, Izulina hoje faz parte do cotidiano da cidade como um patrimônio vivo. O livro mostra como sua casa foi transformada no “Art Izu”, ateliê que está incluído no roteiro turístico local, com sua calçada colorida, construída com placas de cimento moldadas e ajustadas artesanalmente, repleta de frases assinadas e marcas de pés e mãos. É a “Calçada da Fama” de Izulina.
Para acesso ao “Art Izu”, os turistas passam sob um portal esculpido com tuiuiús e, disparando suas máquinas fotográficas, entram em um espaço surreal, com esculturas espalhadas e muros recobertos por desenhos em alto-relevo, como gigantescas páginas impressas que contam histórias. Histórias e mais histórias… Das nações indígenas, do Pantanal, da fundação de Corumbá, da Guerra do Paraguai.

Se os turistas derem sorte, poderão encontrá-la retocando um muro ou trabalhando em uma estátua.
Hoje uma senhora octogenária, Izulina Gomes Xavier, ou simplesmente Izu, ágil, dona daqueles olhares que acompanham até pensamento, nos surpreende com revelações sobre sua vida e sua obra no livro publicado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. É isso. Com o lançamento desse livro Izulina passa a ocupar o seu lugar de direito: a história!
A autora

Maria Eugênia Carvalho do Amaral é bióloga, mestra e doutora em Ecologia pela UNICAMP. Foi pesquisadora e professora titular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, tendo atuado nos campi de Dourados e de Campo Grande.

Atualmente presta assessoria na área de ecologia e biodiversidade, é articulista do jornal O Progresso (de Dourados) e da revista Ímpar (de Campo Grande), e escreve na internet o Blog da Eugênia Amaral, no site Midiamax News: http://www.midiamax.com.br/eugenia/

Além do livro “Izulina Xavier — Esculturas no ar”, editado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (volume XIV da série “Eu Sou História”), Maria Eugênia escreveu a coletânea “Duas Impertinentes Crônicas”, publicada em 2006 pela editora Manole, em coautoria com Beatriz Xavier Flandoli. “Duas Impertinentes…” foi premiado no 3.° Festival da América do Sul, em Corumbá, com seu lançamento no espaço “Quebra-Torto com Letras”.

As informações são da assessoria de imprensa do IHGMS

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