Nascimento de neto foi motivo para avós oficializarem união
Foram 39 anos de vida conjugal estável. Quase quatro décadas de uma convivência em harmonia, de muita pescaria por este Pantanal afora. No sábado (11), Sebastião Gomes Fretes, 60 anos, e Ovilce Maria da Mata, 56 anos, moradores no bairro Nossa Senhora de Fátima, resolveram regularizar esta união e um dos principais fatores para esta tomada de decisão foi o nascimento do neto, além do casamento do filho que se aproxima. Os dois integraram um grupo de 95 casais que se uniram por meio do Casamento Comunitário, projeto da Prefeitura de Corumbá.
A oficialização da união foi bastante comemorada pelo casal. "Era para ter acontecido antes. Agora, com o nascimento do nosso neto, resolvermos oficializar. Além do mais, já deu tempo para a gente se conhecer bem", comenta Sebastião em meio a sorrisos. E ele se recorda bem da data em que conheceu Ovilce: 28 de novembro de 1968. "Foi no meu aniversário. De lá para cá, vivemos momentos de muita alegria. Eu gosto de pescar, ela também. Depois que a conheci, nunca mais pesquei sem ela estar ao meu lado. Só vamos juntos", recorda.
Ovilce ressalta que o casamento era para ter acontecido no ano passado. Mas, devido a problemas de documentação, não foi possível. "Agora deu tudo certo", confidencia a antiga moradora da região do Tuiuiú, ao norte da cidade, no rio Paraguai, o que explica o gosto pela pescaria. "Ajuntou a fome com a vontade de comer", brinca Sebastião, se referindo justamente pelo fato dos dois serem pescadores natos.
'Intimação'
A mesma alegria podia se ver nos olhos de outro casal que após uma vida em comum por 24 anos, resolveram oficializar a união. Reinaldo da Silva Amorim (55 anos) e Josely Moreira de Cerqueira (47), a dona Jô, aproveitaram a oportunidade e se uniram oficialmente no sábado, cerimônia prestigiada por filhos e netos.
Segundo dona Jô, Reinaldo não teve como "escapar". Mãe de seis filhos (dois com Reinaldo), ela afirma que o casamento sempre foi o seu desejo. "Com meu primeiro marido não deu certo. Agora, tudo está se realizando", celebra, para confidenciar que Reinaldo, dono de uma horta na Cacimba da Saúde, foi ‘intimado'. "Cheguei em casa com toda a documentação e não teve como ele escapar", confessa, sorrindo. "É bom para regularizar nossa situação, dos filhos e dos netos. Todo mundo ta casando. Vamos casar também", comemora.
Jô, enquanto fala, transmite carinho por Reinaldo. "Com ele temos dois filhos e um neto. Ele me ajudou criar os outros meus quatro filhos e cinco netos. Me ‘enrolou' por 24 anos, mas agora, estamos oficialmente juntos, casados", revela, sorrindo de novo, para concluir afirmando que os filhos aprovaram o casamento.
Trabalhador, Reinaldo, antes de se dirigir para o Centro Popular com sua agora esposa, no papel, cumpriu mais uma tarefa rotineira. Logo cedo, esteve na horta para recolher verdura que abastece a comunidade local e em torno do bairro da Cervejaria. Foi assim no sábado pela manhã, sempre auxiliado por Ramão de Souza Picolomine, 29 anos, que também aproveitou a oportunidade e oficializou uma união de quatro anos com Lais de Morais (21 anos). "Já temos uma filha e aproveitamos a oportunidade para regularizar nossa situação", confidencia.