Após oito meses à frente da Santa Casa de Corumbá, a Junta Administrativa, o corpo clínico e a equipe técnica comemoram os avanços na instituição. Na última segunda-feira, o grupo se reuniu para avaliar o trabalho já desenvolvido e planejar novas ações para garantir a saúde da população corumbaense, ladarense e até mesmo das cidades vizinhas da Bolívia.
Ainda com dívidas pendentes, ações na justiça, entre elas da Empresa de Energia Elétrica de Mato Grosso do Sul que, em um dos processos cobra R$ 569 mil da Sociedade Beneficente Corumbaense (outros dois processos estão tramitando, um no valor de R$ 2.763.697,80, e um outro de R$ 1.262.107,22). Há também dívidas com a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), White Martins, indenizações por danos morais, entre outros, totalizando 33 processos, além de cinco não divulgados por serem segredo de Justiça.
Além disso, conforme Lamartine, foi feito levantamento de todos os contratos encontrados, com o devido encaminhamento à assessoria jurídica, para análise e providências, com encaminhamento posterior à auditoria. Hoje, as multas estão sendo pagas e parte dos termos de ajustes está sendo cumprido. Foi possível ainda renegociar com Ministério do Trabalho, um prazo maior para cumprimento no que diz respeito à contratação de menores aprendizes e deficientes físicos ou reabilitados.
"Tudo está caminhando de maneira satisfatória. Sabemos que ainda há muito por fazer, mas já avançamos", afirma o presidente da Junta, Lamartine de Figueiredo Costa. Ele lamenta as dívidas contraídas em administrações anteriores e observa que uma delas, resultado em um desconto de R$ 107 mil mensais, direto na agência bancária, em cima da verba encaminhada via Sistema Único de Saúde. "Recebemos mensalmente R$ 606 mil e R$ 107 mil já é descontado automaticamente, para custear dívidas contraídas no passado".
Apesar de tudo isso, ele e os demais integrantes da equipe que administra o hospital, comemoram os avanços. Levantamento apresentado na segunda-feira dá conta do que já foi realizado na Santa Casa, como a intervenção no Laboratório de Análises Clínicas, adequando-o às normas vigentes no País. Hoje, funciona em uma sala maior, onde os equipamentos médicos utilizados e materiais contaminados recebem tratamento adequado. Lamartine lembra que isto não ocorria antigamente. No serviço foram aplicados R$ 64 mil, parte proveniente do pedágio da rodovia Ramão Gomes, com contrapartida da Prefeitura Municipal.
A maternidade foi outro setor que recebeu melhorias. A Prefeitura investiu R$ 30 mil, atendendo a instituição com 24 poltronas reclináveis e nove aparelhos de ar condicionado, garantindo maior conforto e segurança para as mães, recém nascidos e acompanhantes. Além disso, hoje, todos os leitos estão disponíveis para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
A recepção da maternidade também foi reformada. O local foi ampliado e adaptado para melhor atender às mães e seus acompanhantes; a fachada foi totalmente pintada, com utilização de material doado pela comunidade. Para se ter uma idéia, o único gasto do município foi com relação à mão de obra, cerca de R$ 6 mil.
Outros R$ 45 mil foram aplicados na aquisição de lençóis, enxoval, vestimenta para o corpo cirúrgico, funcionários e pacientes do hospital, o que representou uma significativa melhoria no setor de rouparia. Ao mesmo tempo, o grupo Humanização do Hospital, formado por funcionários, reformou o setor SB1, com apoio da Receita Federal. Os seis leitos foram reformados e equipados para atendimento dos servidores da instituição médica.
Foi feita regulação do estoque de gêneros alimentícios, visando uma alimentação saudável, de acordo com orientação da nutricionista, a partir de um padrão de qualidade com implantação de cardápio variado, (eram fornecidos quatro tipos de alimentação – para o paciente particular, para o médico plantonista, para os funcionários e para o paciente do SUS). A pior alimentação era para o paciente do SUS. Além disso, para cada tipo de alimentação existia uma cozinheira diferente. Tudo isso representou em uma redução de custo de aproximadamente 20%. Hoje, o hospital recebe doações do Programa de Agricultura Familiar (compra direta do produtor e distribuição às entidades assistenciais por parte da Prefeitura), bem como de pessoas da sociedade em geral.
Foram adquiridos produtos adequados à lavagem e desinfecção da rouparia; adequação do quadro de funcionários do setor; recebimento de doações de rouparia do Rotary, Maçonaria, Marinha do Brasil e de empresário e comerciantes da região. Foi feita solicitação de um projeto de adequação, manejo e reciclagem do lixo hospitalar, junto à Prefeitura Municipal.
Foram contratados serviços de gasometria (que há mais de 6 anos não existia no hospital); revisão completa da usina de oxigênio, com custo superior a R$ 20.000,00. Por não ter sido realizada manutenção preventiva na administração passada, houve necessidade de desembolso de mais de R$ 26 mil para aquisição de oxigênio, durante o período em que a usina ficou sob manutenção.
Foi feita solicitação do alvará sanitário junto à Secretária Estadual de Saúde, como também autorização para compra de medicamentos necessários ao atendimento hospitalar; solicitação de alvará sanitário para a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACOM); manutenção e reforma de 20 camas hospitalares que estavam abandonadas ao custo de R$ 5 mil, uma economia de R$ 20 mil caso fossem compradas novas, além de aquisição de macas, suportes de soro, entre outros materiais.
As reuniões do setor de recursos humanos são constantes, permitindo exposição de idéias e aproximação com o objetivo de colaboração na resolução dos problemas. Todos demonstram estar receptíveis e de acordo com as mudanças; pagamento em dia de todo funcionário, inclusive com o vale-transporte, que não era fornecido há mais de quatro anos.