Em Corumbá, a Prefeitura Municipal continua atenta e mantém um programa de reassentamento de famílias que residem em áreas de risco, nas encostas dos morros e na região ribeirinha, para imóveis que estão sendo construídos na cidade, dotados de toda infraestrutura necessária, inclusive com escolas, unidades de saúde, centros de referência da assistência social, praças de esportes, drenagem, asfalto, além de redes de energia elétrica, água e esgoto.
É o que está acontecendo agora no novo conjunto habitacional em implantação no bairro Guató, denominado de Ana de Fátima Brites Moreira, destinado a famílias de baixa renda, que vivem em condições precárias e em áreas de risco. Das 800 unidades habitacionais, 509 serão ocupadas por famílias que moram nas encostas existentes nos bairros da Cervejaria, Generoso, Beira Rio, bem como nos morros do Cruzeiro I e II, Formiga e Bandeira, além da região do Tiradentes, Alameda Vulcano e no Hawai.
A preocupação da Prefeitura com estas famílias que residem nas regiões das encostas se deve principalmente ao período de chuvas intensas, que acabam colocando ainda mais os moradores em situação de risco. Equipes da Gerência de Ações da Defesa Civil estão em alerta constante nestas localidades. Toda a área já foi mapeada e o setor técnico social da Prefeitura, que integra o PAC – Casa Nova, efetuou o cadastramento das famílias que vivem em situação de risco, constatando que grande parte não aceita remoção para as casas que a Prefeitura está construindo na parte alta da cidade, do PAC – Casa Nova, Pró-Moradia, FNHIS (Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social), e agora dos programas Minha Casa, Minha Vida e do PAC 2, com mais de 2,3 mil unidades habitacionais.
Conforme informações da assistente social Luciane Andreatta de Castro, responsável técnica e social do PAC no Município, das 806 famílias cadastradas nos bairros Generoso, Beira Rio e Cervejaria, somente 276 concordaram com a remoção e vão ser reassentadas no PAC – Casa Nova. Na Cervejaria, por exemplo, foram cadastradas 335 famílias, mas somente 129 aderiram. "Constatamos que algumas já se mudaram, mas a maior parte não concorda em deixar a região. São pescadores que preferem continuar morando próximo ao rio Paraguai", observou.
O mesmo acontece no Beira Rio e no Generoso. No primeiro, das 331 famílias cadastradas, 92 aceitaram a remoção e estão indo para os casas que a Prefeitura constrói na parte alta da cidade. No Generoso, foram cadastradas 140 famílias e apenas 55 assinaram o termo de adesão e serão reassentadas no novo conjunto. A assistente social revela, no entanto, que em duas regiões, também de encostas, a situação é diferente. Na Alameda Vulcano e no Havaí, a adesão foi de 90%. "Nas duas localidades, temos 80 famílias que concordaram com a remoção e estão assinando o termo de adesão", comentou.
Outra informação é que o cadastro foi feito pela Prefeitura, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). "Foram 1.075 famílias cadastradas e, por meio desse trabalho, a prefeitura iniciou os entendimentos para adesão ao PAC habitacional", destacou Luciane. Segundo ela, a Defesa Civil detectou mais tarde outras 31 famílias também vivendo em situação de risco, que estão sendo beneficiadas pelo projeto.
O novo conjunto habitacional está permitindo o reassentamento de 17 famílias do Morro do Cruzeiro II, 129 da Cervejaria, 35 do Tiradentes, 48 da alameda Vulcano, 55 do Generoso, 34 do Morro da Formiga, 51 do Morro do Cruzeiro I, 16 do Morro da Bandeira, 92 do bairro Beira Rio e 32 do Hawai, todos em área de encosta. Além disso, está atendendo 15 famílias que viviam no antigo prédio da Alfândega, 171 Cravo Vermelho III, 96 do Lar para Todos e nove famílias do antigo lixão que existia no Cravo Vermelho I, todos residindo em localidades consideradas de péssimas condições, sem qualquer tipo de infraestrutura.