A pesca esportiva será liberada a partir do dia 1º de fevereiro na calha do Rio Paraguai, na modalidade pesque e solte. Em Corumbá, as empresas de turismo que atuam no setor de pesca já anunciam pacotes para este início de temporada visando a grupos adeptos à prática de outros estados do Brasil. A informação é da presidente da Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo (ACERT), Joice Carla Santana Marques, que nesta semana discutiu este e outros assuntos com a presidente da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, Heloisa Helena da Costa Urt, e o superintendente de Turismo do Município, Rodolfo Assef Vieira.
Conforme Joice, a modalidade pesque e solte está ganhando força na região e a expectativa é por um número de pescadores esportivos bem maior do que nos anos anteriores. No encontro com os gestores municipais, ela demonstrou otimismo com a possibilidade de a prática se tornar mais abrangente e não vigorar apenas em fevereiro. Neste sentido, ela observou que já há empresas realizando promoções, dando descontos de 10% para quem "pescar e não levar o peixe", tudo para motivar o pesque e solte. Ela também defende a restrição ao transporte intermunicipal de pescado, conforme prevê uma lei municipal proposta pelo Poder Executivo local.
"Existem 23 empresas do setor (barcos-hotéis) na cidade. Destas, 15 são a favor do ‘pesque, não leve'. Nós mesmos já conversamos com o prefeito (Ruiter Cunha de Oliveira – PT) sobre o assunto, para evitar que o peixe seja transportado para fora do município", observou a presidente da ACERT. Conforme ela, a entidade planeja capacitar os piloteiros para a prática correta do pesque e solte. "Existe uma técnica própria que eles precisam conhecer e dominar, sobretudo no que diz respeito à conservação de algumas espécies, a exemplo do que já ocorre em Cáceres, no Mato Grosso, onde a pesca do dourado é expressamente proibida", comentou.
O pesque e solte vigora na região pantaneira desde 2004, sob regras específicas, entre as quais a necessidade de licença de pesca e a limitação da prática em linha de mão, caniço, molinete, carretilha, anzol e iscas vivas ou artificiais. Para Heloisa e Rodolfo, a atividade deve ser fomentada para ocorrer de forma consciente e sustentável. Os dois representarão Corumbá no Seminário de Turismo de Pesca Sustentável e Oportunidades, que a ACERT realiza no dia 21 deste mês em Miranda, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e participação da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul.
O evento terá presença também de representantes de Aquidauana, Miranda, Porto Murtinho, Coxim e Ladário, que integra o grupo de Corumbá. "São cidades fortes no turismo de pesca e queremos mostrar isso à Fundação de Turismo do Estado, para que seja nossa parceira e abrace nossa causa, ajudando a mostrar que Mato Grosso do Sul é o principal destino brasileiro da pesca", comentou Joice. "Nosso potencial é imenso e há outros produtos que precisam ser integrados aos pacotes de pesca. Para isso, precisamos investir, e a Fundação estadual é parceira estratégica para difundir a prática no Brasil e no exterior", acrescentou Heloísa.