O maior carnaval do Centro-Oeste brasileiro não movimenta somente os foliões, que prestigiam os dias da maior festa popular de Corumbá. A economia corumbaense também sente o aumento na demanda de produtos e serviços devido a folia de momo. São hotéis, empresas de transporte, autônomos e vários setores que se beneficiam com a vinda de turistas até a Capital do Pantanal, o que gera renda e novos postos de trabalhos para a população local. Para 2011, a expectativa da Prefeitura de Corumbá é a geração de mais de 2 mil empregos diretos ou indiretos e cerca de 10 mil turistas por dia circulando e consumindo dentro da cidade.
Dados da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal revelam que, em 2010, o Carnaval movimentou mais de R$ 5,4 milhões, sem considerar os pagamentos com cartões de crédito e débito, compensando expressivamente os R$ 2 milhões investidos pela Prefeitura Municipal na realização do evento. De acordo com o levantamento, o gasto médio foi de R$ 120 por pessoa durante os dias do evento. Com tanto dinheiro novo circulando na cidade a opção de muitas empresas é aumentar a quantidade de funcionários.
Segundo a gerência regional da Andorinha, empresa que trabalha com transportes intermunicipais, desde dezembro foram contratados temporariamente 10 profissionais que deverão ter seus postos mantidos até o Carnaval. "Seguramos os temporários até março e dependendo do desempenho individual, a pessoa pode ser contratada efetivamente", declarou Gesiel Rodrigues Santos, gerente regional da empresa. A expectativa da Andorinha é de um aumento em 50% na quantidade de passageiros durante o período de carnaval. Atualmente, a frota realiza onze viagens por dia e transporta, em média, 9.180 passageiros todos os meses no trecho Corumbá-Campo Grande.
O momento é positivo também para costureiras, aderecistas e bordadeiras, que são chamadas para trabalhar nos barracões das escolas de samba, para confeccionar as fantasias que serão apresentadas na avenida General Rondon. Há demanda também para a customização dos Abadás dos blocos independentes. É o caso das costureiras associadas ao projeto da ONG Dignidade, Ação, Saúde, Sexualidade e Cidadania (DASSC), que poderão aumentar os lucros trabalhando na personalização das camisetas. "Como nosso foco é a geração de renda para as associadas, através da confecção de roupas para a grife Maria Pantanal, ampliamos nossa produção para as customizações. Já fizemos vários contatos com escolas e blocos, para formar parcerias. Estamos prontos para trabalhar", disse o coordenador fiscal da ONG e estilista da grife.
A folia de momo também garante dinheiro extra para os ambulantes, que comercializam comidas e bebidas durante os dias de festa. A Prefeitura de Corumbá vai disponibilizar na praça de alimentação, 60 barracas, sendo que em cada uma terá no mínimo três pessoas trabalhando, e também 300 vagas para vendedores ambulantes. "É bastante cansativo, você quase não dorme, mas o retorno financeiro compensa o esforço. Há três anos eu e minha mãe trabalhamos com barracas durante o Carnaval", contou a autônoma Wilsane de Oliveira Celesque Guimarães.
Conforme o superintendente de Turismo, Rodolfo Assef, a expectativa é da geração de 2.616 novos empregos diretos e indiretos. "Este número compreende os funcionários das escolas de samba, profissionais responsáveis pela organização, limpeza, segurança, ambulantes e vários outros setores que são de suma importância para o bom andamento do Carnaval", disse.