Prefeitura vai remover mais famílias que estão em áreas de risco

Famílias que estão em áreas de risco iminente serão removidas pela Prefeitura de Corumbá para abrigos existentes na cidade. Enquanto isso, o Município aguarda a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) concluir as obras de implantação da rede domiciliar de esgotamento sanitário do Conjunto Habitacional Ana de Fátima Brites Moreira, implantado no Bairro Guatós. Durante toda a manhã desta segunda-feira (2), equipes da Gerência Municipal de Ações de Defesa Civil vistoriaram imóveis no bairro da Cervejaria e constaram a necessidade do remanejamento imediato de quatro famílias.

"Estamos tomando todas as providências necessárias para alojarmos estas famílias. A nossa intenção é levá-las para o novo conjunto, mas, para isto, precisamos de uma posição da Sanesul com relação ao esgoto sanitário. Vamos nos reunir à tarde com a direção da empresa e, ao mesmo tempo, estamos em contato com o secretário de Assistência Social e Cidadania (Haroldo Waltencyr Ribeiro Cavassa), para providenciarmos um abrigo", informou o secretário municipal de Infraestrutura, Habitação e Serviços Urbanos, Ricardo Campos Ametlla.

No final da manhã, Ametlla se reuniu com o gerente da Defesa Civil, tenente Isaque do Nascimento, para avaliar os danos causados pelas chuvas. Até aquele momento, três casas no bairro Cervejaria e uma na Cacimba já haviam sido interditadas pela Prefeitura. Outras três, na Cervejaria, estão sendo monitoradas. "A orientação do prefeito Ruiter (Cunha de Oliveira – PT) é para que retiremos estas pessoas que estão em áreas de risco. Isto está sendo feito. Ou elas vão para as novas casas do Conjunto Ana de Fátima ou para um abrigo", reforçou.

Isaque informou ainda que, na Alameda Tamengo, bairro Cervejaria, a queda de um muro localizado na parte alta causou deslizamento de terra, atingindo imóveis localizados imediatamente abaixo. "São seis residências. Dessas, três apresentaram riscos eminentes e foram interditadas. Outras três estão sendo monitoradas. Já conversamos com as famílias, explicando sobre a necessidade de remoção", explicou o tenente, adiantando que técnicos do órgão permanecem na área, vistoriando os imóveis.

Uma das pessoas que terá que deixar o local é o autônomo Neilton do Carmo, 35 anos. Sua casa na Alameda Tamengo foi atingida pelo deslizamento de terra. "Dias atrás desceu um pouco de terra. Nesta noite caiu mais, atingindo a parte de trás da minha casa", afirmou, após o susto. Antes de ter seu imóvel interditado, ele planejava construir um muro de contenção.

Preocupação

Durante a reunião com a equipe da Defesa Civil, o secretário Ametlla demonstrou grande preocupação com a quantidade de chuva na cidade. "Temos informações da Estação Meteorológica da Universidade Uniderp/Anhanguera de que até as 10 horas de hoje, o índice pluviométrico foi de 139 milímetros. "A chuva começou à 1 hora da madrugada e, proporcionalmente, já choveu mais que em 1992. Na época, em 16 horas, foram 160 milímetros, média de 10 milímetros por hora. Agora, considerando nove horas de chuva, a média é de 15,4 milímetros", informou.

O secretário cita também dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) que mostram que, em janeiro e fevereiro deste ano, o índice pluviométrico superou todas as marcas históricas. "Em janeiro, eram esperados 150 milímetros, mas choveu 250. Agora, em fevereiro, antes mesmo desta chuva, o índice já havia atingido 260 milímetros, quando o previsto era de 110. Somente hoje, até as 10 horas, já choveu mais do que era esperado em todo o mês. Tudo isso preocupa e nos faz ficarmos atentos com relação aos riscos de deslizamento nas encostas e aos alagamentos que só serão resolvidos a partir da conclusão das obras de galerias e drenagens de águas pluviais", comentou.

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