Números apresentados pela Prefeitura de Corumbá, referentes às 11 primeiras semanas epidemiológicas de 2011, mostram uma expressiva redução nos casos de dengue em relação a 2010. Neste período, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 168 notificações (seis positivos), contra 1.059 (195 positivos) ocorridas na mesma época do ano passado. Apesar da queda, os trabalhos continuam na cidade, por meios de ações em toda a área urbana, intensificadas nas regiões com maiores índices, conforme o último Levantamento de Índice Rápido de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa), realizado na primeira quinzena de março.
"Estamos com um número bem menor de notificações e de casos positivos da dengue em relação ao mesmo período de 2010. Isto se deve a uma série de ações que acontece na cidade, com apoio de parceiros, que contribui para redução de casos. No entanto, não devemos ficar tranquilos. Os trabalhos devem continuar, com frequência, para evitarmos surgimentos focos e casos da doença e a população tem que participar de forma mais intensa ainda", afirmou a coordenadora geral de Vigilância em Saúde da Prefeitura, médica veterinária Viviane Ametlla.
A redução de casos em 2011, na opinião da coordenadora, se deve às ações desenvolvidas para eliminação de focos do Aedes aegypti, transmissor da doença. Ela explicou que mesmo com chuvas intensas, muito maior que em 2010, houve uma redução. Tudo se deve aos trabalhos que estão acontecendo desde outubro de 2010, quando foi desencadeada uma mega operação de combate e eliminação dos focos do mosquito, com apoio de parceiros, já pensando no verão, período encerrado em 19 de março.
Conforme Viviane, os trabalhos continuam intensos em toda a cidade. São serviços de roçada de matagal, como retirada de entulho, eliminação de focos, bloqueio mecânico e, principalmente, de orientação à comunidade. Outro fator apontado pela coordenadora é que, na região de Corumbá, o vírus que está circulando é o mesmo de anos anteriores. No entanto, ela faz um alerta, afirmando que, apesar de todas as ações realizadas, ainda há risco para surgimento de uma nova epidemia, "se houver a entrada de um novo sorotipo na cidade. Por isso mesmo precisamos continuar atentos e a população também precisa fazer o dever de casa, eliminando os focos".
Seis casos
Até a 11ª semana epidemiológica, seis casos positivos da doença haviam sido confirmados, ocorridos nos bairros Universitário, Popular Nova, Jardim dos Estados, Maria Leite, centro da cidade e no assentamento Taquaral. Já as localidades com maiores incidências de notificações são a Popular Nova com 15, Cristo Redentor com 14, Universitário com 13, centro da cidade com 12 e Nova Corumbá com 11 notificações.
O segundo ciclo do LIRAa, realizado em março, apontou índice de infestação na cidade de 2,49%, acima do aceitável pelo Ministério da Saúde, que é de até 1%. Por regiões, a incidência foi de 1,51 no Centro 01, Dom Bosco, Generoso, Cervejaria e Arthur Marinho; 3,08% no Beira Rio, Centro 02, Maria Leite, Universitário, Industrial e Previsul; 2,71% no Centro América, Cristo Redentor, Nossa Senhora de Fátima, Popular Velha e Guatós, e 2,66% no Aeroporto, Guarany, Jardim dos Estados, Nova Corumbá e Popular Nova.
Os depósitos considerados ‘maiores vilões' de proliferação da dengue na cidade continuam sendo os reservatórios localizados a nível de solo (A2), com 52,6%, seguido de lixo doméstico (D2), com 18,4%, e depósitos móveis – vasos e pratos, frascos com plantas, bebedouros de animais, etc. – (B), com 15,8%. Já os tipos de imóveis com maior percentual de positividade do Aedes aegypti são as residências, responsáveis por 88,07% do índice de infestação na cidade.