Redução gradativa da mortalidade infantil é uma das principais metas estabelecidas pela administração do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) e que vem sendo seguida à risca pela Secretaria de Saúde. Em 2010, os resultados são apontados como positivos, principalmente levando-se em consideração que os índices alcançados superaram os números previstos. No ano, a taxa de mortalidade infantil foi de 16,8 para cada grupo de mil crianças nascidas vivas. A meta era 24,1.
O secretário de Saúde, médico Lauther Serra, informou que a redução que vem ocorrendo anualmente em Corumbá, se deve aos programas desenvolvidos, entre eles, o de aleitamento materno. Lembrou que no final da década de 90, a cidade chegou a registrar 64,0 para cada mil crianças com menos de um ano, e que "chegamos ao final de 2010, com uma redução de 73,75% em relação ao final da década de 90. Mas, queremos avançar mais e reduzir ainda mais em 2011", reforçou.
O secretário observou ainda que a taxa de mortalidade infantil pós neonatal também está sendo constante na cidade. "Encerramos 2010 com 3,05 para cada mil crianças nascidas, quando a meta estabelecida era de 7,76. Além disso, tivemos também redução na taxa de mortalidade infantil neonatal, com 13,75, quando o pretendido no ano era de 16,1".
Conforme o médico, as ações desenvolvidas pelo setor de Atenção Integral à Saúde da Criança, estão sendo importantes para redução da mortalidade infantil. "É um compromisso da administração municipal de promoção da qualidade de vida da criança, através do planejamento e consequente desenvolvimento de ações intersetoriais", explicou, lembrando programas como incentivo a alimentação saudável, prevenção de acidentes evitáveis, prevenção do trabalho infantil, promoção da saúde integral da criança como a saúde bucal, psíquica e física, incluindo a abordagem das doenças típicas da fase da infância – patologias respiratórias e infecciosas.
Um dos destaques tem sido o trabalho em parceria com outros programas como o incentivo ao aleitamento materno como o de Incentivo ao Sistema de Referência e Contra-referência no município de puérperas e recém-nascidos da maternidade às Unidades Básicas de Saúde; monitoramento e avaliação (dos instrumentos) das altas mensais de puérperas; implantação de instrumentos de controle como o Mapa Diário da Saúde da Criança para supervisão dos trabalhos realizados pelas UBS; parceria com a Pastoral da Criança para formação de líderes voluntários.
Outra grande conquista foi o credenciamento de 10 Unidades Básicas de Saúde do Município na Rede Amamenta Brasil, representando grande conquista para o município; operação dos Sistema de Informação implantados pelo Ministério da Saúde a fim de verificar a situação de saúde das crianças atendidas pelo município (SISVANWEB, SIM, SINAN); ações educativas como a "Campanha Mundial do Aleitamento Materno"; participação nas reuniões do Comitê de Mortalidade Infantil, buscando identificar as principais causas de óbitos na população infantil do município; e orientação em saúde às gestantes credenciadas nas UBSF.
De acordo com o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), o número de crianças dentro do município de Corumbá, de acordo com sexo e a faixa etária é o seguinte: masculino – menor de um ano, 15; de um a quatro anos, 246; com cinco e seis anos, 202; de sete a nove anos, 412, e de 1º a 14 anos, 643. Já no feminino, a população era a seguinte: menos de um ano, 14; de um a quatro anos, 243; cinco e seis anos, 210; de sete a nove anos, 359, e de 10 a 14 anos, 679.
Lauther destacou que na Atenção Básica à Saúde, os modelos de Estratégias de Saúde da Família desde sua implantação, vêm se consolidando como um dos eixos mais estruturantes do Sistema Único de Saúde, por imeio de movimentos com expressiva expansão de cobertura populacional, incentivando de maneira acentuada o acesso da população aos serviços e ações de saúde. No interior desse processo, o Pacto pela Redução da mortalidade materna e infantil, o Pacto pela Vida e a Política Nacional de Atenção Básica vieram contribuir como instrumentos para o fortalecimento da Atenção Básica.
A melhoria das condições de saúde da mulher gestante está intimamente relacionada a redução da mortalidade infantil e materna, podendo ser encarada ou como um fim em si mesmo ou como uma meta intermediária para outro fim. A mera redução nas taxas de mortalidade infantil e materna podem ser consideradas mérito para equipe de saúde atuante em todo processo.
Estas conquistas, conforme Lauther, aconteceram devido ao fortalecimento de propostas como o Comitê de Incentivo ao Aleitamento Materno e o Comitê de Mortalidade Infantil e Materna, cuja função é de contribuir para uma atuação técnico-científica, sigilosa, não-coercitiva ou punitiva, gerando o auxílio à redução dos óbitos infantis, visto que estes possuem a função eminentemente educativa e de acompanhamento da execução de políticas públicas. "Destacamos ainda, o importante trabalho da Vigilância em Saúde e da equipe de Atenção Básica na investigação dos óbitos de mulheres em idade fértil e materna e na erradicação no ano de 2010 de Sífilis Congênita", ressaltou.