Atração do terceiro dia de Arraial do Banho de São João, a segunda edição do Encontro de Cururueiros do Pantanal reuniu no palco montado no Porto Geral de Corumbá 14 músicos que mantêm viva a tradição do ritmo folclórico produzido pela viola de cocho. O evento foi realizado na noite dessa sexta-feira (24) e reuniu gerações em torno de um sentimento de preservação da cultura local por meio do Cururu e Siriri.
Os cururueiros vieram de várias partes do Pantanal. Entre eles, Antônio Roberto da Costa, que mora na aldeia indígena Uberaba, localizada na divisa entre o Mato Grosso e a Bolívia. "Aprendi ainda menino com meus pais. Sempre toquei com minha família e hoje é uma satisfação participar deste momento", disse. Os 14 senhores, que "brincam" de tocar Cururu, estavam vestidos com roupas típicas, com lenço, chapéu e camisa listrada.
O evento foi organizado pela Prefeitura de Corumbá, por meio da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal. O objetivo é manter o Cururu e Siriri vivo para as próximas gerações e incentivar as pessoas a aprenderem a tocar a viola de cocho ou os passos da dança típica. "Aprendi ainda menino com meus pais. Sempre toquei com minha família e hoje é uma satisfação participar deste momento" disse Marcos de Alcantara Rodrigues, de 68 anos, morador do bairro Generoso.
Também participou da apresentação Seu Agripino Magalhães, 92 anos, reconhecido nacionalmente pela habilidade de confeccionar e tocar a viola de cocho. "O cururu é um símbolo da cultura sul-mato-grossense. É orgulho para Corumbá ter esta manifestação cultural tão singular. Conseguimos reunir nesta noite mestres de várias regiões do Pantanal, do Castelo até o Amolar. É uma grande satisfação e um ensinamento para todos nós", comentou a diretora-presidente da Fundação de Cultura e Turismo Heloísa Urt.
O Encontro de Cururueiros não é feito somente de música e sim de dança. Apresentações de Siriri das escolas Caic-Padre Ernesto Sassida, Cássio Leite de Barros e da Oficina de Dança do Pantanal também fizeram parte do evento. "Temos que manter viva esta tradição. E só trazendo os jovens, despertando neles este sentimento de preservação de sua cultura e história, é que conseguiremos isto", disse Heloísa que pretende realizar um encontro entre dançarinos de siriri nas escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme).