Mais do que urbanizar ruas e alamedas, o "Se Essa Rua Fosse Minha" está cumprindo um relevante papel social junto à comunidade corumbaense. Considerado um dos carros chefe da administração do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT), o projeto encontra-se em sua oitava edição e, na terça-feira (19), iniciou um cronograma de ações voltadas para a mobilização e aproximação, possibilitando discussão de demandas e soluções de problemáticas, bem como capacitação profissional, orientações, acesso à produção e geração de renda a pessoas desempregadas, visando o resgate da autoestima.
A primeira ação foi uma oficina na sede da Associação de Moradores do Bairro Guató, direcionada aos integrantes da edição do "Se Essa Rua Fosse Minha", os chamados calceteiros, que estão sendo capacitados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), um dos parceiros da Prefeitura. Eles serão os responsáveis pela urbanização, com assentamento das lajotas sextavadas nas alamedas Aguapé e Vitória Régia. O cronograma prevê também uma série de atividades para um outro grupo de calceteiros, do Bairro Cristo Redentor. Nesta região, a urbanização será na Alameda Simon Bolívar.
O projeto é coordenado pela Secretaria Especial de Integração das Políticas Sociais e as atividades vão até o dia 22 de outubro. Conforme a secretária Beatriz Cavassa de Oliveira, o cronograma prevê rodas de conversa enfocando os mais diferentes assuntos, bem como oficinas de capacitação, com a participação de parceiros como a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), INSS, Faculdade Salesiana de Santa Teresa, artesãos corumbaenses, além de outras pastas da própria administração municipal, entre elas, a Infraestrutura, que está trabalhando na terraplanagem das vias que serão lajotadas.
Os cursos e as rodas de conversa estão programados para todas as terças e quintas-feiras. Além disso, aos sábados, a Secretaria de Integração das Políticas Sociais programou atividades recreativas e esportivas, a cargo da Fundação de Esportes de Corumbá; como também oficinas de acompanhamento de crescimento e desenvolvimento das crianças; palestras sobre prevenção à violência, uso de drogas e abuso sexual, e informações gerais sobre a Lei Maria da Penha, tudo com participação das comunidades atendidas, inclusive as crianças.
No Bairro Guató, a oficina de capacitação foi sobre artesanato, a cargo da artesã e educadora social, Naudilene Ojeda (Chanduquinha), do Centro de Referência Especial de Assistência Social (CREAS), ligado à Secretaria de Assistência Social e Cidadania. Durante a aula ela repassou ao grupo, técnicas sobre confecção de bijuteria (fuxico). Destacou a participação dos calceteiros, formado na sua maioria por mulheres, e elogiou os três homens presentes que, atentos, até contribuíram na confecção das primeiras peças, cortando o tecido e chuleando as peças.
Chanduquinha, durante o contato com o grupo, observou a importância do aprendizado no aumento da renda familiar. "O fuxico é uma peça artesanal que pode ser produzida com baixo custo, inclusive com utilização de material reciclável, que pode gerar uma boa renda", explicou. Lembrou que o mesmo curso será oferecido a partir desta quinta-feira (21), aos calceteiros da Alameda Simon Bolívar, no Cristo Redentor. Nesta primeira semana, além da oficina, acontece também uma roda de conversa enfocando os Direitos do Consumidor, a cargo do gerente do Procon Municipal, advogado Alexandre Carmo Taques Vasconcelos.