Aberta na noite desta quarta-feira (22), a exposição "Memórias do Pantanal Rupestre" será apresentada no Museu de História do Pantanal (Muhpan) até o dia 22 de novembro. Organizada pela Fundação Barbosa Rodrigues, com apoio da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, a mostra integra as comemorações pelos 233 anos de Corumbá. A exposição traz réplicas de petroglifos encontrados no Pantanal e reproduzidos pelo artista plástico Santiago Plata em painéis.
Esses petroglifos são encontrados nas imediações de Corumbá e Ladário, nos limites entre o ambiente alagadiço do Pantanal e a floresta densa da encosta da serra do Urucum, são figuras ligadas ao povoamento da região. A exposição permite criar relações visuais entre os painéis e os diferentes elementos expostos no Muhpan. A intenção é criar um vinculo sensitivo e de valor de pertença com o patrimônio e a memória, fortalecendo positivamente a identidade iconográfica e geográfica da região.
A exposição mescla didática e a arte sobre a riqueza arqueológica de Corumbá e do Pantanal, ainda desconhecida da própria população local. A proposta é mostrar o que significa cultura rupestre, seu valor como patrimônio histórico e a importância de ser reconhecida, valorizada e preservada. O evento faz parte do projeto Memórias do Pantanal Rupestre que o museu desenvolve com apoio da Petrobras.
Segundo a presidente da Fundação Barbosa Rodrigues (FBR), organização gestora do Muhpan, Maria verônica Alves Nogueira, o visitante, ao entrar no museu, encontrará informações cientificas sobre as descobertas arqueológicas na região e, num segundo momento, entrará em um ambiente artístico, onde os painéis reproduzem os grafismos encontrados em rochas pela técnica de frotagem.
A exposição terá leituras do pesquisador e professor José Luis dos Santos Peixoto, um dos maiores autoridades no assunto, e do artista plástico colombiano que desenvolveu a técnica de frotagem, criando belos e inusitados efeitos plásticos dos objetos. A idéia é levar o visitante a tirar a sua própria conclusão do que significam aqueles sinais que datam mais de cinco mil anos.
Fonte de renda
A mostra é composta por 20 painéis com estampas dos grafismos milenares e o visitante mergulhará nesse túnel do tempo ao adentrar uma das alas, onde um vídeo, de dez minutos, revelará esse ambiente ainda indecifrável que marca a presença indígena em todo o Pantanal. O Muhpan distribuirá uma cartilha científico-artística para os visitantes e para as escolas de Corumbá e Ladário.
O projeto Memórias do Pantanal Rupestre busca, também, despertar o interesse da comunidade, dos poderes públicos e do empresariado em relação a exploração turística deste patrimônio cultural, que é fonte de renda em todo o mundo. O Memórias do Pantanal Rupestre envolveu a comunidade local em oficinas de técnicas de frotagem e visitas aos sítios arqueológicos situados no entorno da Morraria de Urucum, gerando conhecimento e capacitação.
A diretora-presidente da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, Heloísa Helena Urt, representou o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) na solenidade. O secretário de Educação, Hélio de Lima, o superintende de Turismo, Rodolfo Assef Vieira e a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Mato Grosso do Sul, Margareth Escobar, também participaram do ato.