A primeira diretoria da Associação Corumbaense das Pessoas com Doenças Falciformes será aleita nesta quinta-feira (27), a partir das 19 horas, na Casa da Cidadania, localizada na rua XV de Novembro, 400 – Centro. Antes de compor a mesa diretora, a assembléia geral fará a votação do estatuto social da entidade (a primeira de Mato Grosso do Sul). Esta foi uma das reivindicações propostas durante I Colóquio sobre a Doença Falciforme, promovido pela Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Especial de Integração das Políticas Sociais, em agosto.
Segundo o gerente de Promoção da Igualdade Racial de Corumbá, Davi Vital do Rosário, a Associação vai atuar na defesa dos direitos das pessoas com doenças falciformes, além de esclarecer a população sobre a doença grave, sem cura, e que pode trazer implicações sérias e até mesmo levar à morte. "A primeira associação de Mato Grosso do Sul também vai fornecer subsídios, tanto a sociedade civil, quanto ao Poder Público, o quadro estatístico sobre a doença, bem como informação, orientação e aconselhamento genético", explicou Davi Vital, que também integra a comissão organizadora da Associação.
Outra proposta encaminhada durante o Colóquio foi a implantação de uma equipe multidisciplinar de apoio aos portadores de anemia falciforme, onde eles serão assistidos por um médico, terapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social e psicólogo. O serviço deve começar a funcionar durante as comemorações da Semana da Consciência Negra.
Em Mato Grosso do Sul, os dois hospitais referências no atendimento aos portadores de anemia falciforme ficam em Campo Grande. Hoje a Prefeitura de Corumbá disponibiliza transporte e o deslocamento interno dos pacientes, serviço que atende a todos os pacientes que precisam de especialidades ainda não disponíveis no município. Com a implantação da equipe multidisciplinar, o objetivo é reduzir a necessidade dos enfermos enfrentarem esta desgastante viagem até a Capital do Estado.
O exame que detecta a anemia falciforme é a Eletroforese de Hemoglobina, que faz parte do teste de triagem neonatal (teste do pezinho) feito nos recém-nascidos brasileiros. Ela é uma doença genética de maior incidência no Brasil. Salvador tem a maior incidência do país, sendo um bebê a cada 650 nascidos vivos, o que representa em média 65 crianças por ano. O diagnóstico precoce, acompanhamento regular com equipe de saúde, além de suporte social podem reduzir muito e até evitar os agravos e complicações da doença.