A Prefeitura de Corumbá já iniciou serviços de terraplanagem na rua Geraldino Martins de Barros, no Bairro Centro América, para execução das obras de pavimentação asfáltica do último trecho atendido pela primeira galeria tronco implantada pelo Poder Executivo, na região leste da cidade, para por um fim às inundações na região em período de chuva. Esta etapa deverá estar concluída agora, no início de dezembro, e está sendo comemorada pelos moradores daquela localidade.
"Foi muito sofrimento. Na chuva do início do ano a água invadiu nossas casas e, mesmo depois, as dificuldades eram enormes. Não dava nem para ficar na frente de casa, no final de tarde devido aos mosquitos e também o forte cheiro da água parada", recordou Neuza Nepomuceno Torres, 49 anos, moradora na Rua Geraldino Martins de Barros, 1461. Na manhã desta quarta-feira (30), ela, a filha Elizângela (32 anos) e a tia Ilza Silvana Nepomuceno (53), observavam o movimento de homens e máquinas, preparando a via para implantação do pavimento asfáltico. "Vai melhorar, acabar o nosso sofrimento", comemorou.
A satisfação em observar a movimentação se deve justamente ao período em que a obra ficou paralisada às margens da rede ferroviária, na Geraldino de Barros com a Avenida General Dutra, enquanto a Prefeitura aguardava autorização da empresa responsável para implantar a galeria sob os trilhos. Esta etapa já foi vencida e, agora, a empresa responsável está concluindo a ligação com a galeria que começa no Cristo Redentor e atravessa a Popular Velha. "Vai ficar bem melhor agora. Só não pode, após asfaltar, a rua virar pista de corrida", diz Neuza, preocupada com as crianças e idosos que residem na região.
PAC
A galeria é a primeira iniciada pela Prefeitura para coletar água que desce da parte alta da cidade, conduzindo-a até o Rio Paraguai, evitando problemas de inundações durante as chuvas. Está sendo implantada em parceria com o Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). É considerada estratégica para solucionar graves problemas de inundações na região leste da cidade. Começou pela Rua Tenente Melquíades, esquina com a América, no centro da cidade. Passou pela Colombo e está hoje na Geraldino Martins de Barros.
Conta com 1,3 mil metros de extensão e será interligada à galeria do Bairro da Popular Velha, prolongamento da que corta o Cristo Redentor. A obra faz parte de um pacote de benefícios do PAC 1, com investimentos de R$ 79,3 milhões, sendo R$ 24,7 milhões oriundos de arrecadação da própria Prefeitura. É apontada como de extrema importância para acabar com a sobrecarga da galeria existente na Rua Antônio João e de outras regiões da cidade, como os bairros Centro América, Maria Leite e Previsul.
A galeria integra um grande projeto idealizado pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) com execução de três outras obras do mesmo porte na cidade para captar a água que desce da parte alta e evitar problemas de inundações na área urbana, como em 1992 e agora, no início de 2011. Este problema foi vivenciado por outro morador da Geraldino de Barros, Hudson Romualdo da Silva, 69 anos. Ele se lembra de todo transtorno da época e afirma que, a partir de agora, a situação será bem diferente, com a execução desta obra. "Quando mudei para cá não tinha nada. Hoje, estamos bem atendidos e vai melhorar mais ainda com estes serviços", afirma.
Mais três
Além desta galeria, duas outras estão em fase de execução no Bairro Aeroporto, um dos mais castigados pelas chuvas e também devido à grande quantidade de minadouros existentes na região. A primeira obra, iniciada em 2010, está sendo implantada na Rua Joaquim Wenceslau de Barros e será interligada à galeria do Aeroporto Internacional que deságua no Canal do Tamengo. Já a segunda, está sendo construída na Rua José Fragelli, será interligada à da Joaquim Wenceslau de Barros e vai atender também a Popular Nova, Jardim dos Estados e imediações.
A quarta em fase de implantação é na Rua Firmo de Matos, passando pela Duque de Caxias até a Joaquim Wenceslau de Barros, e que será interligada à galeria da Rua Luis Feitosa, atingindo a Alameda Havaí, no centro da cidade, até chegar ao Rio Paraguai. São galerias celulares implantadas em pontos estratégicos da cidade, para captar a água da parte alta, conduzindo-a até o Rio Paraguai, aproveitando as galerias já existentes na área central e também a do Aeroporto Internacional, que deságua na Baia do Tamengo.