Em apenas três semanas do mês de janeiro, a Prefeitura de Corumbá e parceiros já retiraram mais de 100 toneladas de lixo da área urbana, eliminando potenciais focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. O trabalho faz parte da mega ação de combate à doença, coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde, com apoio de soldados do Exército Brasileiro, e de trabalhadores contratados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Serviços Urbanos. O número foi divulgado na manhã desta quinta-feira (26) durante a primeira reunião do ano do Comitê Municipal de Combate à Dengue, criado em 2009 e que conta com representantes dos mais diferentes segmentos da cidade.
O encontro acontece mensalmente e foi apontado como oportuno pela subsecretária de Saúde, Antonieta Sabatel, para avaliar os números de 2011, o último Levantamento de Índice Rápido de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa), a mega ação iniciada em dezembro e reforçada nos primeiros dias de janeiro, como também as novas intervenções da Prefeitura e parceiros para eliminar focos e combater o avanço da doença.
Os números foram apresentados pela coordenadora de Controle de Vetores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), bióloga Quelem Serra. As mais de 100 toneladas de lixo foram retiradas dos bairros que o último LIRAa apontou altos índices de infestação predial, e que já foram ‘atacados' pelas equipes que participam da mega ação, inclusive imóveis fechados. Além disso, em três semanas, já foram recolhidos 240 pneus, também apropriado para proliferação do Aedes aegypti. Ela explicou que a ação continua intensa, devendo atingir todos os bairros que estão com índices acima do aceitável, como também as demais localidades, para evitar surgimento de focos.
Os bairros que apresentaram índices altos foram Popular Nova com 6,90%; Nossa Senhora de Fátima com 6,45%; Guarany com 3,70%; Centro América com 3,57%; Guató com 3,03%; Universitário com 2,41%; Maria Leite com 2,25%; Centro 1 (da Rua Edu Rocha até a Rua Antonio Maria) com 2,23%; Aeroporto com 2,22%; Cristo Redentor com 2,00%; Dom Bosco com 1,92%; Centro 2 (da Rua Antonio Maria à Rua Albuquerque) com 1,42%, e Popular Velha com 1,12% de infestação. São índices acima do aceitável pelo Ministério da Saúde que é de até 1,00%. Grande parte já foi trabalhado, inclusive com uma ação educativa, como forma de conscientizar a população sobre a necessidade de manter os imóveis limpos.
Residências
Já o biólogo do CCZ, Luiz Donizethe Minzão, ao debater o último LIRAa, mostrou novamente uma preocupação: a grande maioria dos focos da dengue está no interior das residências. Conforme ele, representa mais de 90% e o principal responsável continua sendo depósito de água a nível de solo. O levantamento apontou que a incidência nestes locais atingiu 76,7%, seguidos dos depósitos fixos (calha, lage, ralos, sanitários em desuso, etc.), com 13,3%, e depósitos móveis (vasos e pratos, frascos com plantas, bebedouros de animais, etc.), com 10,00%, todos localizados no interior dos imóveis habitados.
Ele acredita que a redução desses índices será possível a partir do pleno funcionamento do sistema de abastecimento de água da cidade que está sendo ampliado. A partir de então, Minzão orienta a população a eliminar os depósitos a nível de solo, que será extremamente importante no combate à doença.
Esta foi a primeira reunião do Comitê Municipal de Combate à Dengue em 2012 e a novidade foram as presenças de integrantes do Conselho Municipal de Saúde empossados na semana passada. É bom ressaltar que esta instituição, durante praticamente todo o ano passado, não teve participação ativa nas reuniões do Comitê da Dengue, para discussões de ações de prevenção e combate à dengue na região de Corumbá.