O 6º Congresso Brasileiro de Mastozoologia vai reunir pesquisadores de vários países, no final do mês de junho em Corumbá. Esta será a primeira vez que o evento deixa de ser realizado nas regiões sul e sudeste do País e a cidade escolhida foi apontada pelos organizadores como cenário ideal, por ser porta de entrada do Pantanal, importante santuário para conservação de várias espécies de mamíferos. O congresso acontece no período de 25 a 29 de junho, no Centro de Convenções, e terá total apoio da Prefeitura de Corumbá, e tem como tema "A mastozoologia e a crise de biodiversidade", que vai permitir debater questões relevantes sobre o manejo e a conservação de mamíferos no Brasil e no mundo.
A formalização dessa parceria foi discutida no final da tarde de segunda-feira (27) entre o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT); Aiesca Oliveira Pellegrin, chefe de pesquisas da Embrapa Pantanal; Thiago Nery Coppola, Relações Públicas, e o biólogo também da Embrapa, Guilherme Mourão. O secretário de Gestão Governamental, Cássio Augusto da Costa Marques, também participou do encontro, considerado pelo chefe do executivo municipal como importante para a região pantaneira.
Segundo Ruiter, a Prefeitura não poderia deixar de ser parceira em um evento que vai permitir um amplo debate em torno dos mamíferos, e por pesquisadores de vários países do mundo. O prefeito colocou sua equipe à disposição da Embrapa Pantanal, organizadora do congresso, juntamente com a parceria entre a Sociedade Brasileira de Mastozoologia (SBMz) e o Programa de Pós-graduação em Ecologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, todos parceiros na realização.
"O congresso será de grande importância para Corumbá. Além do fato de se discutir aqui, aspectos ligados aos mamíferos, vamos receber centenas de pesquisadores de vários países. Tudo isso faz com que a nossa cidade seja definitivamente inserida na rota de grandes eventos do Brasil", observou o prefeito, lembrando que o Centro de Convenções foi projetado justamente para ampliar as opções da cidade, que abre um novo campo para o turismo de eventos e negócios.
O Congresso
Aiesca Pellegrin informou que o Congresso de Mastozoologia pretende reunir na cidade, cerca de 600 pesquisadores, estudantes e profissionais que atuam na área de pesquisa, manejo e conservação de mamíferos do Brasil e do mundo. Esta é a primeira vez que o evento deixa de ser realizado dentro dos limites do Bioma Mata Atlântica, e Corumbá foi escolhida por ser uma das principais cidades pantaneiras, importante santuário para conservação de várias espécies de mamíferos, com especial destaque para aquelas de grande porte que se encontram fortemente ameaçadas em outras regiões como a onça-pintada, a ariranha, o cervo-do-pantanal e a queixada.
Será também oportunidade para uma troca de experiências entre os pesquisadores atuantes na região com os principais grupos de pesquisa do país. Vai permitir ainda trazer a comunidade científica especialista em mamíferos a experimentar um cenário de máxima virtuosidade quando a questão é a mastozoologia.
Com sua diversificação de formas e estratégias de vida, os mamíferos desempenham funções relevantes na manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos, como a polinização e dispersão de plantas, a regulação da biomassa vegetal por meio da herbivoria e da predação de sementes, além da regulação das populações de espécies presas.
A atuação humana tem provocado desequilíbrios ambientais que desencadearam a "sexta onda de extinção em massa" capaz de reduzir a biodiversidade de forma sem precedentes desde que o homem caminha sobre o planeta. A exemplo disso, cerca de 27% das espécies de mamíferos se encontram ameaçadas de extinção e para outros 16% não há conhecimento suficiente para definir seu estado de ameaça.
O Brasil é reconhecidamente um dos maiores detentores de diversidade biológica, assumindo o segundo posto mundial no que se refere à diversidade de mamíferos, com mais de 640 espécies descritas. Na condição de signatário de diversos acordos mundiais para a conservação da biodiversidade, o país tem como dever incorporar a conservação da biodiversidade nas suas políticas públicas, criando subsídios para proteção de sua fauna. (Com informações da Assessoria de Imprensa do 6º CBMz)