Um plano geral de contingências, em fase de finalização em Corumbá, será de extrema importância para estabelecer e padronizar ações de forma ordenada, em caso de surgimento de animais silvestres na área urbana. O documento está sendo desenvolvido por técnicos de vários organismos do setor público, inclusive pesquisadores que atuam no setor, tudo visando uma captura segura do animal e, ao mesmo tempo, evitando riscos para a população.
O assunto foi debatido na tarde de terça-feira (28) na Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agropecuário (Funterra), com participação de representes da própria Fundação, do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul, Embrapa Pantanal, Gerência Municipal de Defesa Civil, Ministério Público Estadual e Instituto Homem Pantaneiro.
Luciene Deová, diretora-presidente da Funterra, explicou que a elaboração do plano surgiu a partir de invasões de animais silvestres na área urbana de Corumbá, em virtude de queimadas ou cheias no Pantanal. Lembrou o caso ocorrido em maio de 2009, quando uma onça parda apareceu em uma residência no Bairro Aeroporto, e que sua captura foi bastante dificultosa, inclusive com queda do animal que estava em uma árvore.
"O que pretendemos estabelecer é uma ação conjunta, ordenada, para que possamos enfrentar tais situações, sem colocar a população em risco e evitar causar ferimentos ao animal, durante a sua captura. Foi elaborado um Plano de Contingências que está sendo discutido agora, com algumas atualizações, para que possamos estabelecer normas corretas em casos de invasões de animais na área urbana. Inclusive já adquirimos equipamentos para estes procedimentos, que serão disponibilizados à equipe que ficará responsável pelos serviços", explicou Luciene.
O documento foi elaborado pela gerência municipal de Defesa Civil. Na época, o gerente era o capitão Fábio Santos Coelho Catarineli. É específico para captura de animais silvestres e busca estabelecer uma diretriz de ação a ser executada na ocorrência de eventuais situações, envolvendo principalmente o surgimento de onças pintadas ou pardas no decorrer do ano, com mais ênfase no período de cheia do pantanal, dentro da competência constitucional e jurídica de cada órgão envolvido.
O documento cita inclusive a formação de um cenário de, tanto para o animal silvestre quanto para as comunidades envolvidas, quando da ‘visita indesejada' na área urbana, considerando o enorme grau de curiosidade e inquietude, gerada pela presença do felino. Por conta disso, o plano tem como foco principal, viabilizar procedimentos padronizados para que os diversos segmentos ligados na operação e na linha de segurança, através de suas estruturas operacionais, promovam as ações dentro de um nível razoável de sincronismo, eficiência e integração, de forma a garantir as respostas mais salutares para o bem estar e a segurança tanto do animal, quanto da população abrangida.
O plano prevê ainda envolvimento de órgãos como o 3º Grupamento de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, 6º Batalhão de Policia Militar, Secretaria Municipal de Saúde (CCZ), Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agropecuário, Guarda Municipal, Agência de Trânsito e Transporte e Gerência de Defesa Civil de Corumbá.
Sugere o Sistema de Comando de Incidentes como a metodologia de trabalho, já que se trata de uma ferramenta de gerenciamento de circunstância e que é padronizada para todos os tipos de ocorrências, sobretudo envolvendo vários órgãos e que permite adotar uma estrutura organizacional integrada, para organizar melhor as complexidades e demandas de respostas únicas ou múltiplas, com emprego de pessoal e material de maneira harmoniosa e colaborativa, independente das barreiras jurisdicionais de cada um.
A reunião contou com as participações ainda de Manoela Souza Schmitz, da 2ª Promotoria de Justiça; tenente coronel Sidnei Ribeiro da Cruz, e capitão Catarineli, ambos do Corpo de Bombeiros; major Nivaldo de Pádua Mello, da Polícia Militar Ambiental; do gerente municipal de Defesa Civil, Isaque do Nascimento, além de representantes de outros órgãos envolvidos na questão.