A empresa concessionária que atua no transporte coletivo de Corumbá apresentou nesta terça-feira (07) as propostas para adequação das linhas de ônibus que atendem a zona rural do município. O encontro, realizado na Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetrat), reuniu lideranças dos assentamentos São Gabriel, Taquaral, Tamarineiro II, Paiolzinho, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Corumbá e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (CMDR).
As propostas foram baseadas em analises técnicas feitas pela empresa, em parceria com a Agetrat. "Foi feita uma pesquisa in loco em cada uma dessas linhas. Fiscais e técnicos da Agência Municipal de Transportes auxiliaram todo o trabalho feito pela concessionária. O objetivo é melhorar o transporte para os moradores da zona rural e alcançar uma tarifa justa para usuários e empresa", explicou o diretor-presidente da Agetrat, Gerson de Moraes.
Desde 2002 o preço da passagem para a zona rural não é reajustado. A tarifa atualmente varia conforme o destino final do usuário, medida que deve ser mantida inicialmente. A empresa concessionária estima uma perda de mais 120% nos últimos anos com o aumento dos custos da operação. Cada uma das lideranças vai apresentar as propostas nos assentamentos e, em um novo encontro, definir o trajeto e o valor da viagem. Por enquanto, o serviço permanece inalterado.
Representantes dos assentamentos Tamarineiro I, Urucum, Mato Grande e do distrito de Albuquerque, mesmo convidados, não compareceram à reunião. "Muitos assentados usam o ônibus para escoar sua produção. Por isso a manutenção desde serviço é fundamental", comentou Juraci Alves, da Fundação de Meio Ambiente de Desenvolvimento Agrário de Corumbá. No último mês de novembro, a concessionária chegou a comunicar a paralisação do transporte coletivo na zona rural.
Complexa
A situação é complexa devido à discussão sobre competência para a regulamentação do transporte coletivo na zona rural, já que, mesmo atuando há mais de 20 anos no setor, a empresa nunca teve concessão para trabalhar fora do perímetro urbano. Além da falta de um contrato, a empresa alega que os preços praticados atualmente no transporte rural estão defasados, já que o último reajuste teria ocorrido em 2002. Outro problema seria a gratuidade para as pessoas com mais de 60 anos.
Esse público representa uma grande parcela da população residente nos assentamentos do município. De acordo com os próprios agricultores, algumas famílias mandam a produção para a cidade justamente com a pessoa mais idosa da casa, evitando assim de pagar a tarifa pela viagem. A partir da definição do itinerário e da planilha de custo de operação, a Agetrat vai finalizar a proposta de concessão que será encaminhada ao prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT).