O Centro de Controle de Zoonoses (CZZ) ligado à Secretaria de Saúde da Prefeitura de Corumbá, está programando realização de um novo Levantamento de Índice Rápido de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa) na cidade nos dias 23 e 24 de março, para detectar a real incidência de infestação predial do mosquito transmissor da dengue. Foi o que informou no final da manhã desta sexta-feira (16) a supervisora do órgão, bióloga sanitarista Grace Bastos, observando que, no iniciou de março foi realizando um trabalho, referente ao segundo ciclo de 2012, mas que, durante análise por parte da equipe técnica, inclusive da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, detectou falhas durante o processo de levantamento do índice.
O LIRAa realizado no início do mês apresentou incidência de infestação na cidade de 6,8%, semelhante ao ano em que Corumbá viveu uma epidemia de dengue. Foi o maior índice dos últimos três anos, superando 2010 quando, nesta época, já estava com mais de mil casos da doença, dos quais 195 positivos. Agora, em 2012, até a décima semana epidemiológica, foram 112 notificações e nenhum caso positivo.
Além dos números atuais, a equipe da Saúde constatou ainda que, nesse LIRAa aparecem bairros com índices zerados e, no anterior apresentaram números acima do preconizado pelo Ministério da Saúde. Além disso, apresentou bairros zerados sendo que, em volta, os índices detectados estão alarmantes. É o caso da Cervejaria que neste levantamento fechou com 12,5%, enquanto o Beira Rio e Generoso estão zerados.
Outro fator apontado pelo CCZ é que o índice de infestação da rotina de visita da dengue, estava sendo bastante semelhante ao resultado dos LIRAas até o primeiro ciclo de 2012. Desta vez, no segundo ciclo, não bateu. Grace informou que há diferenças de até três dígitos. Diante disso, apesar da Saúde haver encaminhado este LIRAa à Secretaria Estadual de Saúde, irá realizar novo levantamento. Explica que os números devem ser confiáveis para um trabalho mais eficaz de combate à doença.
A avaliação desse segundo LIRAa foi realizada pela equipe do CCZ, tendo a frete os especialistas da área Quelen Serra, Grace Bastos e Luiz Minzão, que divulgaram a análise técnica sobre os bairros com índices zero, mas que estão cercados por outros com alta incidência. São os casos do Centro II, entre as ruas Antonio Maria e Albuquerque. Ao lado, o Centro I, entre Edu Rocha e Antonio Maria, apresentou 3,9%, e o Universitário 6,0%. Outro é o Beira Rio com 0%, enquanto a Cervejaria está com 12,5% e o Centro I com 3,9%. Citou ainda o Generoso com 0%, contra 3,0% do Dom Bosco, 12,5% da Cervejaria, e 4,5% do Arthur Marinho.
Neste levantamento, os bairros com maior incidência foram Centro América com 21,4% no segundo ciclo e 3,6% no primeiro; Guatós com 15,4 % no segundo ciclo e 3,0% primeiro; Cervejaria com 12,5% no segundo e zero no primeiro; Popular Velha com 11,8% no segundo e 1,1% no primeiro; Nova Corumbá com 10,7% no segundo e 0,8% no primeiro; Industrial com 9,1% no segundo e 0,0% no primeiro; Jardim dos Estados com 8,7% no segundo e 0,0% no primeiro; Previsul com 8,3% no segundo e 0,0% no primeiro.
Outro bairro com alta incidência foi o Maria Leite que apresentou agora índice de 7,4% 2,2% no primeiro; Cristo Redentor com 7,0% no segundo e 2,0% no primeiro; Universitário com 6,0% no segundo e 2,4% no primeiro; Guarany com 5,3% segundo e 3,7% no primeiro; Nossa Senhora de Fátima com 5,0% no segundo e 6,5% no primeiro; Arthur Marinho com 4,5% no segundo e zerado no primeiro; centro 1 com 3,9% no segundo e 2,2% no primeiro; Popular Nova com 3,5% no segundo e 6,9% no primeiro (foi o mais alto), e o Dom Bosco com 3,0% segundo contra 1,9% no primeiro.
Ao divulgar o comparativo, o CCZ observa que os bairros Centro América, Jardim dos Estados, Aeroporto, Maria Leite, Universitário, Cristo Redentor, Popular Velha, Nova Corumbá e Guatós foram atendidos com arrastões com limpeza (eliminação de focos) e que, mesmo assim, neste levantamento, apresentaram aumento significativo no índice de infestação. Além disso, chamou atenção o caso do bairro Centro América que, mesmo com a mega ação e arrastão, apresentou índices sete vezes acima do primeiro ciclo, passou de 3,6% para 21,4%.