Levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania em 2012 mostra que 73% dos moradores de rua de Corumbá são do sexo masculino. A grande maioria (86%) tem entre 22 e 60 anos de idade. Os jovens, de 13 a 21 anos, representam outros 8%. O estudo mostrou ainda que a metade dessas pessoas não têm nenhum tipo de renda e sobrevive apenas da mendicância.
Segundo a gerente de Programas e Projetos Sociais, Adelma Galeano, a falta de documentos de identificação é uma das maiores dificuldades encontradas pelo Município. 42% dos entrevistados não tinham nenhum documento. Outros 24% possuíam carteira de identidade, 21% certidão de nascimento, 5% CPF, 2% carteira de trabalho e 2% titulo de eleitor.
“Sem um documento oficial é muito difícil encaixá-los em qualquer programa, seja Municipal ou do Governo Federal”, explicou Adelma. O levantamento da Secretaria de Assistência mostra ainda que os moradores aceitam o apoio das equipes da Prefeitura (86%), mas muitos não dão seqüência aos encaminhamentos. Outro aspecto analisado é a escolaridade dessas pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Só 12% não sabem ler ou escrever. 25% têm ensino fundamental incompleto, outros 23% são alfabetizados e a mesma porcentagem tem ensino fundamental incompleto. Muitos, inclusive, já tiveram profissões, como ajudante de pedreiro, encanador, ajudante de serviços gerais, mecânico, auxiliar administrativo, eletricista, peão de fazenda, pescador, pedreiro, doméstica e cozinheira.
A ausência de vinculo familiar é outro fator que dificulta a reinserção desses moradores de rua à sociedade. 37% dos entrevistados afirmaram que não mantém mais nenhum tipo de contato com a família. 20% afirmou que quase nunca vê ou fala com os parentes. Outros 42% tem algum tipo de vinculo familiar. 2% não quiseram responder a esta pergunta.
A elaboração de um Plano de Municipal de enfrentamento a Mendicância, segundo a gerente de Programas e Projetos Sociais da Prefeitura, pretende qualificar a rede de atendimento e assistência à população em situação de rua por meio do reordenamento intersetorial dos serviços envolvendo a saúde, educação, assistência, habitação, cultura, esporte, policias Militar e Civil, Defensoria Pública, Promotoria e toda sociedade organizada.