Projeto desenvolvido pela Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Municipal de Educação, foi destaque em jornal de La Paz, na Bolívia. A edição do dia 26 de abril do “Página Siete” ressaltou a iniciativa do Município em promover a educação de jovens brasileiros e bolivianos, levando em consideração o aspectos que incentivam a integração entre os dois países.
A matéria assinada pela jornalista Tatiana Sanabria, que teve como entrevistado o secretário municipal de Educação de Corumbá, professor Hélio de Lima, destaca o grande número de alunos bolivianos que estudam na Rede Municipal de Ensino de Corumbá (Reme) e as iniciativas promovidas pela Prefeitura de Corumbá para proporcionar a educação delas.
Entre as ações, está o uso das Coletâneas Pedagógicas – conjunto de livros que trabalham o conteúdo programático das 5 primeiras séries do Ensino Fundamental e que contém elementos em Português e Espanhol, buscando elevar as taxas de aprendizado dos alunos dos dois países.
A publicação retrata também o assessoramento realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) – Campus Pantanal, por meio do departamento do curso de Letras, co-realizadora do projeto “Escola Intercultural bilíngue de Fronteira”. A instituição auxilia os professores dos dois países na realização dos projetos de aulas experimentais.
Abaixo, confira a matéria traduzida. Para ler em espanhol, basta clicar aqui.
“Eu prefiro as estradas que fazem fronteira”, canta o trovador espanhol Joan Manuel Serrat, e sob este princípio, a Secretaria Municipal de Educação de Corumbá e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, do Brasil, desenvolveram um projeto para fortalecer a linguística dos alunos e professores em escolas de fronteira do país com a Bolívia.
A cidade brasileira de Corumbá tem conexão urbana com Puerto Suarez e Puerto Quijarro na Bolívia como um todo, uma população dos três dá quase 150 mil habitantes.
Com base na proximidade geográfica e os laços estreitos entre os povos dos dois países, esse projeto prevê o desenvolvimento de um modelo de ensino comum, apoiada por professores e alunos para formalizar a comunicação e educação em Português e Castelhano ao mesmo tempo.
Para fazer isso, em outubro de 2011, 130 professores brasileiros e 50 bolivianos participaram da primeira reunião da Educação de Fronteiras, realizado no município do Pantanal, que desenvolveu o programa piloto de “Projeto Escola Intercultural bilingue de Fronteira”, dirigido pelo Ministério da Educação do Brasil.
Corumbá é considerada um exemplo da influência cultural que o Brasil recebe a partir de nosso país, uma influência que se manifesta na linguagem, música, artes visuais, literatura, culinária e, sobretudo, na educação.
Tão perto é o vínculo que a cidade recebe nas escolas municipais 548 estudantes bolivianos, enquanto 62 brasileiros estudam na fronteira.
Implementação do projeto
Na fase inicial do empreendimento, focando com especial destaque para Corumbá, as escolas continuam em suas práticas curriculares regulares, mas da lugar ao intercâmbio de professores entre os dois lados da fronteira.
Planejamento para as aulas experimentais na língua do “outro” e em diferentes disciplinas é conduzida por professores de ambos os lados, com o assessoramento de especialistas em educação das universidades envolvidas.
“Os resultados foram imediatos na educação e acreditar que, eventualmente, causa um grande impacto positivo em outros aspectos da vida cotidiana das cidades, tais como o comércio e o turismo”, diz Hélio de Lima, professor e secretário municipal de educação em Corumbá.
O roteiro para as atividades de desenvolvimento está nas práticas de Coleções Pedagógicas para a sala de aula, cinco textos que explicam os elementos iniciais, teóricos e práticos para o processo de ensino-aprendizagem, tanto em Português e Espanhol.
Com este método, integrado com materiais tradicionais, está buscando taxas mais elevadas de aprendizado dos alunos no Brasil e na Bolívia.
Desenvolvido por uma equipe de 20 profissionais do Ministério da Educação, o material parece realmente condensar o regional “bi” para melhor assimilação na sala de aula e esperar que o aluno se identifique com símbolos culturais, folclóricos, animais selvagens e a flora do Pantanal.
Por exemplo, ao estudar os números decimais de frutas e legumes da região, os estudantes brasileiros também aprendem como eles são chamados na Bolívia.
Isto permite-lhes então assimilar o conteúdo que reflete o que acontece em suas vidas diárias, seja numa festa como o Banho de São João, festa tradicional que mistura religião e crença popular ou na feira dos bolivianos, realizada todos os anos no Brasil.
Assim, não só a língua, mas também vários costumes são conhecidos entre os estudantes brasileiros na Bolívia, fortalecendo os laços de integração precoce.
Este esforço na sala de aula também teve seu impacto sobre os professores, alunos, e, em seguida, na produção de folclore, cultura e artesanato rico na região, bem como a interação entre os dois lados da fronteira.
“Com a inclusão desses aspectos no conteúdo de todas as disciplinas, desde matemática para a arte, estamos trabalhando a integração de conteúdo e pluralidade de aprendizado”, disse de Lima.
Esta iniciativa, os especialistas acreditam, contribui para a fronteira torna-se um ambiente de interação para educacional, cultural e linguística materializar de alguma forma, há muito aguardado do Sul, a integração da América.
“Além de contribuir para a compreensão linguística entre os professores, a colaboração mútua reforça o intercâmbio cultural entre os dois povos”, concluiu o professor brasileiro.