A comunidade de Forte Coimbra celebra no dia 16 de julho, próxima segunda-feira, o Dia de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do forte. A festa, no entanto, será aberta no sábado (14), com apresentações culturais e show musical. O evento está a cargo do comando da 3ª Companhia de Fronteira Porto Carrero, em parceria com a Prefeitura de Corumbá, por meio da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal.
A programação prevê três dias de muitas atividades, com shows musicais, dança, missa, procissões terrestre e fluvial, entre outras. Estão confirmadas as presenças da Banda Municipal de Música Manoel Florêncio, da Oficina de Dança do Pantanal, do conjunto Os Tradicionais, do cantor Marinho Azevedo, entre outros.
Para o dia 16 a programação prevê para as 06 horas, Alvorada Festiva com a Banda Manoel Florêncio; Café da Manhã Comunitário às 07 horas; Missa às 08 horas; Procissão Terrestre às 10 horas com percurso Igreja, Forte e Quartel; Procissão Fluvial às 11h30; às 12h30, Solenidade de entrega da imagem de Nossa Senhora do Carmo as autoridades; 13 horas, almoço com show musical; 14h30, bingo; 18 horas, show musical; 19 horas, apresentação da Oficina de Dança; 20 horas, show musical, e às 22h30, encerramento da festa.
Milagres
O Dia de Nossa Senhora do Carmo é celebrado com muita fé pela comunidade local. Credita-se à santa, milagres durante batalhas ocorridos contra espanhóis e paraguaios, em 1801 e 1864. Conta a história, que Nossa Senhora do Carmo livrou a guarnição militar do forte (110 homens, cinco canoas e três canhões) de um massacre no dia 17 de setembro de 1801, quando um exército espanhol (600 homens, navios e 30 canhões) tinha ordem de ocupar o lugar na disputa pelo território com Portugal.
Após nove dias de batalha, os espanhóis venceram, mas se retiraram do local ao verem a imagem da santa na entrada do forte. Desde então, a imagem passou a ser referenciada pela população local, que acredita em milagres.
A segunda manifestação ocorreu durante a Guerra do Paraguai. No dia 28 de dezembro de 1864, tropa paraguaia com 3,2 mil homens, 41 canhões, 11 navios e farta munição cercou o forte. Os brasileiros (149 homens) resistiram até o segundo dia, quando um soldado exibiu a imagem da santa e os inimigos suspenderam o fogo, permitindo a fuga dos sobreviventes.
A mesma imagem, trazida pelo construtor e depois comandante do forte, Ricardo Franco, encontra-se na capela da vila, onde recebe as honras militares. As jóias, fotos, dinheiro e condecorações junto a seu manto representam graças recebidas.
Na festa do dia 16, a imagem é carregada por uma guarda real com vestimentas de gala da época do Império durante a procissão, que segue da capela para a vila militar e termina no rio Paraguai. A fortificação foi construída em 1775 e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) 200 anos depois.