Programa Projovem Urbano muda rotina de 200 pessoas em Corumbá

Em Corumbá, 200 pessoas com idade entre 18 e 29 anos, trocaram o lazer pelos bancos escolares no período das 18h30 às 22 horas, de segunda a sexta-feira. Durante os próximos 18 meses, eles participam do Projovem Urbano, programa do Governo Federal desenvolvido na cidade pela Prefeitura Municipal, que visa qualificar esta clientela para o mercado de trabalho, além de uma oportunidade para conclusão do Ensino Básico.

 

Na noite de terça-feira (03) o grupo teve um encontro com o secretário de Educação da Prefeitura, professor Hélio de Lima. A visita à Escola Municipal Ângela Maria Perez foi uma forma de conhecer as condições em que os alunos estão participando do programa, bem como sanar algumas dúvidas sobre o curso iniciado no dia 18 de junho, com uma aula inaugural no Centro de Convenções do Pantanal Miguel Gómez.

 

Hélio estava acompanhado do gerente administrativo da pasta, Elvécio Zequetto, bem como do gerente de Ações para a Juventude, Márcio Cavasana. Junto com a diretora da escola, Adelaide de Lima Cáceres; das coordenadoras Mirani Franco dos Reis (geral) e Jéssica Cedron de Souza, o secretário visitou todas as cinco salas que estão recebendo os alunos no período noturno; a cozinha, onde é preparada a refeição servida todos os dias, bem como a sala de acolhimento, onde uma equipe cuida dos filhos enquanto os pais estão estudando.

 

O secretário se reuniu com o primeiro grupo no laboratório de informática. Conversou por mais de 15 minutos com os alunos, buscou saber como todos estão se saindo no curso, quais os problemas enfrentados, além de questões ligadas ao transporte, material didático e até mesmo uniforme (camiseta).

 

Explicou que o material didático deve ser entregue nos próximos dias (já está sendo encaminhado pelo Governo Federal). Com relação a transporte coletivo, os alunos poderão, a partir do segundo semestre, fazer adesão ao passe estudante. Além disso, informou que a Prefeitura estuda a distribuição de mais uma camiseta para cada participante, observando que o item não consta no programa.

 

Hélio aproveitou o encontro e fez um pedido para todos “participarem ativamente das aulas, concluírem o curso. Devem aproveitar este período de 18 meses, obter o certificado e entrar no mercado de trabalho”.

 

As capacitações são para temas educacionais como contador de histórias, inspetor de alunos e auxiliar de administração escolar. Hélio de Lima explicou que há inclusive uma lista de espera. “Se acontecer desistência, outro jovem para ocupar a vaga. Tem lista de espera e todos devem estar atentos para evitar ficar fora do programa”, afirmou o secretário, destacando que o projovem Urbano é uma oportunidade para estas pessoas concluírem o ensino fundamental.

 

Disse ainda que a Prefeitura estuda implantação de novas turmas na cidade, inclusive no nível médio. Destacou que o arco ocupacional e que todos participarão de aulas de informática, “importante para o mercado de trabalho”, disse, lembrando que a ideia é trazer novos cursos na área da construção civil e da saúde.

 

O grupo está tendo aulas de segunda a sexta-feira. Entre os participantes há mães, pais. Caso não tenham com quem deixar os filhos, as crianças os acompanham e são atendidas por duas pessoas na sala de acolhimento, que já chegou a atender 48 crianças. O curso tem duração de 18 meses e, no período, os alunos do Projovem Urbano receberão um auxilio financeiro no valor de R$ 100 mensais.

 

Futuro

 

O curso ainda está em seu primeiro mês, mas muitos já estão pensando como será o futuro, após a conclusão do programa. É o caso de Franciele Silva Santana, 19 anos. A orientação do secretario foi “estudar bastante que, com certeza, terão maiores oportunidades de entrar no mercado de trabalho”.

 

Entre os participantes estão cinco alunos portadores de deficiência auditiva. Todos frequentam uma mesma sala e têm apoio de uma professora de libras, Laura Helena Segóvia Araújo, do Centro de Qualificação para o Trabalho Dom Bosco.

 

Luane Vanessa Silva, 20 anos, é uma das alunas com deficiência. Cita que está enfrentando dificuldades, principalmente por residir no bairro da Alta Floresta, em Ladário, distante da Escola Ângela Maria Perez, e que gosta de “estar na sala de aula, aprendendo”, para aplicar os novos conhecimentos em seu futuro local de trabalho, quando concluir o curso.

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