O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Corumbá está intensificando o Programa Municipal de Esterilização Cirúrgica de Gatos, para o aumento descontrolado da população felina, prevenindo doenças transmitidas pelos animais. Os procedimentos acontecem às terças e quintas-feiras, no período matutino, e todos os animais devem ter mais de seis meses de idade.
O programa é coordenado pela médica veterinária Stephanie Lins. Ela alerta que antes do processo de castração, os proprietários devem apresentar cartão de vacinação dos animais contra a raiva. Caso não tenha sido imunizado, este procedimento será realizado no CCZ, e somente após dez dias, é que a cirurgia poderá ser feita, para evitar possíveis reações vacinais e garantir a segurança dos profissionais durante o procedimento cirúrgico.
Para facilitar o processo, o proprietário do animal poderá agenda a cirurgia pelo telefone 3233-2783. Stephanie informa que em 2012, a partir de março, quando o programa foi desencadeado, foram realizadas 135 esterilizações cirúrgicas, todos felinos, sendo 95 fêmeas e 40 machos.
“Se considerarmos apenas as 95 fêmeas castradas, que podem gerar de 12 a 14 filhotes por ano, impedimos já nesse ano de 2013, o nascimento de 1.140 a 1.330 animais, que estariam nas ruas de Corumbá, isto considerando duas ninhadas de seis a sete filhotes por ano”, comentou. “Se contássemos quantos filhotes cada um desses 1.140 ou 1.330 filhotes poderiam gerar, chegaríamos a números impressionantes”, complementou.
Segundo a WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal), em alguns casos, uma gata poderia ser responsável pela geração de, aproximadamente, 2.000 filhotes na família em apenas 2 anos. Por isso mesmo Stephanie diz que o projeto está trazendo um ganho enorme pra cidade, já que o número de gatos disponíveis para adoção é bem maior do que a quantidade de pessoas dispostas a adotá-los.
O programa está contribuindo também para redução do abandono de animais, e os danos causados a eles como maus-tratos, atropelamentos, abusos, e também às pessoas, como agressões (mordeduras ou arranhaduras) de gatos que geram, além de sanções cíveis, penais e administrativas, implicações que afetam diretamente a saúde pública e aumentam o risco de transmissão de zoonoses, em alguns casos, como a raiva.
A médica veterinária explica que os investimento em cirurgias de castração é o método mais efetivo de evitar o nascimento de futuros animais de rua, já que, além de dispendiosa, a eutanásia, sozinha, é ineficaz. Ela explica que a cirurgia é bastante segura, mas, como toda intervenção cirúrgica, apresenta riscos. No entanto, a utilização de anestesia adequada e a realização correta da técnica cirúrgica dificilmente acarretarão problemas ao animal.