Uma parceria entre a Prefeitura de Corumbá e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) pode viabilizar a implementação de um Núcleo de Apoio sobre o Geopark Bodoquena-Pantanal no município. A unidade ficaria no Ecoparque da Cacimba da Saúde, que já passa por uma reforma completa feita pelo Executivo Municipal.
A ideia está sendo debatida pela diretora-presidente da Fundação de Desenvolvimento Urbano e do Patrimônio Histórico do Município, Maria Clara Scardini, e também pela diretora-presidente da Fundação de Meio Ambiente de Corumbá, Luciene Deová, com o diretor científico do Geopark, Afrânio José Soares.
Nesta quinta-feira, 07, o grupo visitou a Cacimba da Saúde e o encontro teve participação também do coordenador de pesquisa e geoconservação, José Rimoli, da coordenadora institucional e socioeconômica, Guilhermina Brites, e da gerente de Patrimônio Histórico da Prefeitura, Ana Paulo Badari. “Corumbá tem uma riqueza geológica muito grande e que ajudam a contar as nuances da formação do planeta Terra”, destacou Rimoli.
Na quarta-feira, os técnicos da Fundect se reuniram com a diretora-presidente da Fundação de Desenvolvimento Urbano e do Patrimônio Histórico do Município, Maria Clara, quando apresentaram o andamento da proposta de reconhecimento feita à Unesco.
O Geopark Bodoquena-Pantanal já é reconhecido em lei pelo Governo Estadual e agora busca a chancela da entidade internacional. Ele compreende os territórios de Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Ladário, Miranda, Nioaque, Porto Murtinho, além de Corumbá. A criação do Núcleo de Apoio ainda depende da homologação de um termo de cooperação entre a Prefeitura e o Estado.
“A intenção é trabalhar a educação ambiental junto com a comunidade inserida no entorno do Ecoparque dentro do contesto do Geopark”, explicou Luciene Deová. “Isso permitira a capacitação e o conhecimento das belezas geológicas da região”, complementou Afrânio. Depois de conhecer a área da Cacimba da Saúde, a equipe do Geopark seguiu para parque Marina Gatass.
Geoparque
Geoparque é uma marca atribuída pela UNESCO a uma área onde ocorrem excepcionalidades geológicas que são protegidas e aproveitadas como elementos indutores de educação ambiental e de desenvolvimento sustentável. Um geoparque deve ter limites bem definidos; envolver uma área suficientemente grande para possibilitar o desenvolvimento sustentável.
Ele também deve abarcar um determinado número de sítios geológicos de especial importância científica, raridade ou beleza e deve ter um papel ativo no processo de educação ambiental e, través do geoturismo, no desenvolvimento econômico. Aspectos arqueológicos, ecológicos, históricos e culturais, também são componentes importantes.
É, portanto, um conceito totalmente diferente dos Parques do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, uma vez que pressupõe o desenvolvimento sustentável, não envolve indenizações, não proíbe o uso e ocupação, mas tem por objetivo discipliná-los de forma a preservar o patrimônio geológico e, através do geoturismo e ecoturismo, ser um indutor de educação ambiental e de desenvolvimento sustentável.
Quando a UNESCO reconhece tais características em determinada região lhe concede a marca de Geoparque, e assim essa região passa a integrar a Rede Mundial de Geoparques, a qual, num sistema de partilha, colaboração e orientação, busca manter uma plataforma de ações visando a proteção do patrimônio geológico e o desenvolvimento sustentável.