Levantamento realizado pela Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, identificou 1.232 pessoas cadastradas como Micro Empreendedoras Individuais (MEI) na cidade. Em todo o Mato Grosso do Sul só Campo Grande (20.124), Dourados (3.634) e Três Lagoas (1.929) possuem mais empreendedores que o município.
Deste total em Corumbá, 66,11% trabalham em estabelecimento fixo; 22,51% exercem suas atividades porta a porta, em postos móveis ou ambulantes; 4, 49% em local fixo fora da loja; 3,69% vendem seus produtos e serviços pela internet; 1,11% pelos Correios; 1,05% Televendas; e 1,05% em Máquinas Automáticas. A quantidade de MEI do sexo feminino é predominante, aproximadamente 639 mulheres, enquanto do sexo masculino são apenas 575.
A maioria dos MEIs está concentrada na faixa etária de 31 a 40 anos (365 pessoas), seguida por aqueles que possuem de 41 a 50 anos (324). “É importante ressaltar também que, entre os jovens de 21 a 30 anos (317), o número é significativo e cada vez mais crescente”, ressaltou o secretário de Indústria e Comércio, Pedro Paulo Marinho de Barros.
Conforme dados da Pesquisa Nacional do SEBRAE, realizada em 2012 sobre o Perfil do Microempreendedor Individual, os setores de Comércio e Serviço são os predominantes entre a classe, pois são os que condizem com as atividades permitidas para o MEI e, com a própria condição destes empreendedores.
Em Corumbá, na lista das 10 atividades com maior número de empreendimentos abertos, estes dados se confirmam, ocorrendo no Comércio, a maior concentração de MEIs. “Portanto, a partir dos dados apresentados, pode-se afirmar que o MEI é um empresário com vontade de crescer”, definiu o economista Raul Assef Castelão, gerente de Fomento e Produção Industrial da Prefeitura.
Ainda segundo a pesquisa do SEBRAE, muito além da formalização de empreendedores que estavam na ilegalidade, o MEI serve como porta de entrada para o empreendedorismo, tanto daqueles que iniciam seus negócios por opção, como aqueles que o fazem por necessidade. Além disso, a figura do MEI tem servido como forma de inclusão produtiva das mulheres, pois este é o segmento com maior participação empresarial feminina.
MEI
O Microempreendedor Individual, que a partir da Lei Nacional 128/2008, tem contribuído para que muitos trabalhadores exerçam seus micros negócios de forma legal, conquistando o direito a vários benefícios e a um tratamento diferenciado, por parte dos governos municipal, estadual e federal.
Com esta Lei, o ambulante, a salgadeira, a costureira, o sapateiro, a manicure, entre outros profissionais, têm a oportunidade de abrir e administrar seu próprio negócio sem burocracia, com diversas facilidades e benefícios. Uma pesquisa do SEBRAE-SP revela que o faturamento das pequenas e médias empresas de São Paulo em 2010 foi melhor do que nos últimos 10 anos.
Pesquisadores e analistas creditam esta melhora para as pequenas e médias empresas ao ganho de renda da população, ou seja, devido à ascensão das classes sociais. Aliado a este movimento de melhora do emprego e consequentemente da renda, há ainda a criação de políticas de estímulos ao fomento para esta configuração de pessoa jurídica como, por exemplo, linhas de crédito específicas com taxas de juros menores.
“O que se pode observar é que este segmento passa por um bom momento e que o mesmo deverá auxiliar no fomento econômico da região como um todo, afinal, temos aí a mistura de emprego, renda, novos serviços e muito mais. Uma combinação promissora, porém, que precisa ser estimulada e melhor trabalhada”, completou Pedro Paulo.