Símbolo da resistência cultural de um povo que já dominou o Pantanal, os Guatós, a índia Josefina Alves Ribeiro, será homenageada na 10ª edição do Festival América do Sul, em Corumbá. Este ano, pessoas que têm uma forte ligação com o Rio Paraguai, principalmente no aspecto cultural, receberão as homenagens durante o evento.
Nascida no coração do Pantanal, às margens do Rio Paraguai, na ilha Ínsua, em 1924, Josefina é exemplo de mulher guerreira, que sempre lutou para sustentar os cinco filhos trabalhando com o artesanato típico da região, além de ser exemplo na luta pela manutenção dos costumes milenares do seu povo.
Etnia que chegou a ser considerada extinta pelo governo brasileiro, graças a arte que Josefina empregava no uso do aguapé, muito conhecido como camalote, os Guatós foram redescobertos no ano de 1976, quando a índia fabricou um tapete feito com a fibra da planta, na atual Casa do Artesão.
A partir disso, missionários e indigenistas organizaram expedições para devolver a terra que lhes era de direito, até que em 2003 foi homologada a Terra Indígena Guató. Josefina faleceu em 9 de junho de 2012, mas antes ensinou muitas mulheres a seguirem produzindo e repassando esses saberes seculares de sustentabilidade: o artesanato em aguapé, típico dos Guatós.
Festival
O 10º Festival América do Sul acontece entre os dias 1º e 5 de maio, na cidade de Corumbá e conta com patrocínio da Petrobras, governo federal, Banco do Brasil, Sebrae, Vale e Andorinha. É realizado pelo overno do Estado, em parceria com a Prefeitura de Corumbá e o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano. (Assessoria do FAS)