Com a proposta de capacitar os pequenos produtores e aumentar a qualidade do rebanho leiteiro dos assentamentos do município, a Prefeitura promoveu ao longo dessa semana o curso sobre inseminação artificial no Tamarineiro II Sul. A iniciativa teve a parceria do Sindicato Rural de Corumbá e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Mato Grosso do Sul.
“Esse foi só o primeiro curso oferecido nesse ano. O próximo, programado para os dias 24 e 25 de abril, vai abordar a apicultura e terá também a participação da Embrapa Pantanal”, explicou o secretário municipal de Produção Rural, Pedro Lacerda. A qualificação técnica dos assentados e a possibilidade de agregar valor aos produtos oferecidos no comércio local são outras vantagens proporcionadas por essas iniciativas.
“Conforme a demanda e a adesão da comunidade, vamos traçando outras ações ao longo do ano, sempre com o objetivo de capacitar os produtores da região e aumentar a produção”, completou. De acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Produção Rural, só os assentamentos de Corumbá produzem de 8 a 15 mil litros de leite na época das chuvas, quando o pasto é mais vasto.
No segundo semestre, quando a estiagem fica prolongada, essa produção diminui consideravelmente. Para evitar que isso volte a ocorrer, a Prefeitura tem incentivado o plantio do sorgo, matéria prima para a produção da silagem, material que serve de alimento para o gado durante a seca. “Viabilizamos a semente, o maquinário e a assistência técnica para o plantio”, detalhou o secretário.
Só na região da fazenda Banda Alta, 120 toneladas de sorgo já foram colhidas e estão sendo preparadas para trituração. No sítio de Adão Santana, no Tamarineiro, serão pelo menos mais 60 toneladas. “A expectativa era de 100 toneladas, mas a chuva desse ano não ajudou”, afirmou o pequeno produtor. Todo o auxílio da Prefeitura, incluindo os cursos, são oferecidos gratuitamente aos assentados.
Inseminação
Dez produtores dos assentamentos Tamarineiro II, Taquaral e Paiolzinho participaram do curso de inseminação artificial. A atividade teve 40 horas/aulas, entre teoria e prática, e durou cinco dias. “A inseminação é uma técnica antiga, que necessita de requisitos básicos para ter sucesso. Hoje ele é imprescindível para o pecuarista”, explicou o veterinário Marcos Paulo Dias de Pinho, do Senar.
Segundo o especialista, a inseminação é acessível também aos pequenos produtores. “A dose de um touro bom pode custar entre R$ 12 e R$ 20, enquanto um reprodutor de qualidade aqui na região não sai por menos de R$ 500. Nos países desenvolvidos 85% do rebanho leiteiro é inseminado”, reforçou. O curso atendeu 10 produtores dos assentamentos Tamarineiro, Taquaral, Paiolzinho e do distrito de Albuquerque.
“É a primeira vez que faço esse curso. Achei muito bom. Aprendi a técnica certa e agora é praticar”, comentou Rolindo Regenold Júnior, dono de 20 vacas leiteiras no Tamarineiro. “Com o que produzimos, fazemos queijo e vendemos na cidade. A ideia agora é aumentar a produção e a qualidade do nosso queijo”, afirmou.