Continuidade de ação social viabiliza realização de sonhos dos ribeirinhos

Jefferson Esdras de Arruda tem 32 anos, quase todos vividos na colônia do Corixão, um local de acesso extremamente difícil, situado na região do Médio Pantanal de Corumbá. O único caminho para a cidade das 18 famílias ribeirinhas instaladas ali é o sinuoso Taquari, porém para chegar até a parte navegável do rio é preciso vencer um longo trecho de brejos, atoleiros e mata fechada. A cavalo, o percurso demora no mínimo 3 horas.

“Não é muito fácil, mas é a vida que nós temos”, resumiu o ribeirinho. Coca, como é conhecido entre os moradores e a equipe do Programa Social Povo das Águas, da qual já fez parte como guia e piloteiro, teve sua história transformada graças à presença da Prefeitura nessas regiões isoladas do Pantanal. “Tudo começou com o Povo das Águas. Foi onde conheci muita gente boa e percebi que poderia correr atrás dos meus sonhos”, contou.

O conhecimento da área onde mora e o grau de escolaridade – tem o Ensino Médio completo – levaram Coca a assumir o cargo de Agente Comunitário de Saúde na região do Corixão e do Cedrinho. Juntas, as duas comunidades abrigam quase 30 famílias. No ano passado Coca foi contratado como professor da escola Boa Esperança, uma das extensões da Escola Municipal Rural Pólo Porto Esperança.

“É um prazer poder ensinar as crianças do local onde eu nasci e me criei. Hoje eles têm uma oportunidade que eu não tive quando tinha a idade deles”, completou. A meta dele, agora, é conseguir o curso superior na área de Pedagogia. “Parece um sonho difícil, mas a gente tem conseguido tanta coisa boa que dá para acreditar”, afirmou.

Outro que segue o mesmo caminho do colega é Jones dos Santos Soares, 28 anos, agente comunitário responsável pelo atendimento no Cedro e no Limãozinho. “Sou atendido pelo Povo das Águas desde o começo. Participei da seleção para agente e fui aprovado. Hoje trabalho junto com minha comunidade, auxiliando no encaminhamento para o atendimento médico na cidade”, explicou.

Pai de uma filha, Jones oficializou sua união de sete anos com Izete Soares Castelo no casamento comunitário viabilizado pela Defensoria Pública, em parceria com a Prefeitura. Na última ação, realizada entre os dias 27 de junho e 1º de julho, foi a vez de Jonilson Souza Soares, 29 anos, tomar posse como mais novo agente comunitário de saúde do Taquari. Ele vai trabalhar com a comunidade da colônia São Domingos.

“Espero que possa realizar meu trabalho da forma correta e ajudar minha comunidade”, disse o ribeirinho. Cada um dos agentes comunitário de saúde do Pantanal recebe um salário de R$ 622, mais adicionais. O contrato é de um ano, podendo ser estendido por mais tempo.

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