Pavimentação é principal demanda no Fala Cidadão do Centro América

Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. O parágrafo único do primeiro artigo da Constituição Federal está sendo levado à sério em Corumbá com o programa Fala Cidadão, que tem o objetivo de colocar o prefeito e sua equipe de secretários cara a cara com os cidadãos para que ouçam comentários, sugestões, críticas e reclamações a fim de que se implante uma gestão participativa, colaborativa e transparente no município.

 

Nesta quinta-feira, 11, no CRAS Centro América, o secretário de Infraestrutura, Habitação e Serviços Públicos (Seinfra), Luiz Mário Preza Romão; e a diretora-presidente da Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetrat), Silvana Ricco, estiveram conversando com representantes do Centro América, Maria Leite, Popular Velha, Previsul e Conjunto Camalote. Na semana passada a reunião havia sido com a secretária de Saúde, Dinaci Ranzi, e sua equipe com os moradores do bairro Nova Corumbá.

 

Como já era de se esperar, o asfalto e lajotamento das ruas e alamedas foi o tema recorrente das reclamações e sugestões dos moradores. Mais do que cimento, concreto e lajotas, a pavimentação leva às pessoas mais dignidade, conforto e bem-estar, além de ser fundamental para contribuir com a melhoria da saúde pública nos bairros mais afastados do centro da cidade.

 

A região da parte alta da cidade sempre padeceu de falta de infraestrutura urbana. De uns dez anos pra cá, muito foi feito nesse sentido, mas esses bairros também cresceram em população e ainda há muito por fazer. No Centro América, as alamedas Um, Riachuelo, Tavares, Rubi, Diamantino, Interna e Santa Rosa carecem de lajotamento. Já a rua Barão de Melgaço necessita de lajotas somente em duas quadras.

 

Até mesmo as ruas pavimentadas não escaparam das reclamações dos populares, que pedem o fechamento de alguns buracos abertos pela força das águas da chuva, que representam perigo a quem passa por ali.

 

O secretário Luiz Mario explicou a todos que seria uma irresponsabilidade pavimentar ruas e alamedas no bairro sem antes realizar obras de drenagem. Para isso, segundo ele, a administração trabalha para ter sua própria Carta de Drenagem, documento que normatiza e faz uma sistematização hierárquica dos tipos e classes de solo. “A partir desse documento saberemos onde construir galerias, de qual dimensão e vazão, até para gastar dinheiro público com eficiência e respeito à população, não em obras paliativas, que logo necessitariam de reformas e reajustes”, explicou ele, que disse também que o solo de Corumbá é rochoso e repleto de pedras, o que dificulta um pouco o trabalho. “O próprio prefeito Paulo Duarte, desde a época de campanha, firmou um compromisso de pavimentar toda a cidade, portanto a administração está consciente dessa necessidade”, acrescentou.

 

Além de drenagem e pavimentação, algumas ruas no Centro América, Maria Leite, Popular Velha, Previsul e Conjunto Camalote carecem de saneamento básico (coleta e tratamento de esgoto). A iluminação das principais vias públicas desses bairros também foi requerida. Algumas ruas e alamedas até possuem postes de energia e luz, porém insuficientes para uma iluminação satisfatória. Outras estão totalmente escuras e, à noite, viram pontos de consumo de drogas.

 

Os moradores também se queixaram do abandono e da sujeira dos terrenos baldios particulares, em grande número na região. Além de enfeiar os bairros, o mato alto desses espaços esconde toda a sorte de lixos e detritos orgânicos, de mobiliários, pneus e ferro velho a animais mortos em decomposição. E, o mais perigoso, tornam-se ambientes propícios à disseminação de doenças endêmicas, como dengue e leptospirose, comprometendo a saúde pública.

 

De acordo com o secretário Luiz Mário, por se tratar de terrenos particulares cabe à prefeitura notificar e multar os proprietários e, em caso de desobediência, até proceder com a desapropriação. E lembrou que foi criado um Disque Denúncia para que o cidadão seja um importante parceiro da administração nesse sentido. Os telefones são o 3234-3479 e 3234-3509.

 

Transporte

 

Em seguida, foi a vez da diretora-presidente da Agetrat, Silvana Ricco, conversar com os moradores Centro América, Maria Leite, Popular Velha, Previsul e Conjunto Camalote. Ela aproveitou o importante e histórico momento pelo qual atravessa a cidade, que semana passada apresentou em audiência pública a minuta do novo contrato que a empresa vencedora do processo licitatório de transporte coletivo terá de cumprir.

 

Entre as novidades, que encontraram apoio dos presentes na reunião no CRAS Centro América, estão o aumento da quantidade de ônibus (de 16 para 23), das linhas (de 6 para 10), redução da idade média dos carros para 5 anos (contra 12 do modelo atual), veículos climatizados, com sistema de acessibilidade, bilhetagem eletrônica, câmeras de segurança, monitoramento (para saber onde os veículos estão e quanto tempo levam para chegar aos destinos). Tudo isso sem aumento de preço da tarifa de R$ 2,40. “Estamos trabalhando para reduzir até essa tarifa, mas uma coisa o próprio prefeito Paulo Duarte está garantindo: não haverá aumento tarifário”, informou Silvana.

 

Duas demandas foram apresentadas à gestora da Agetrat: a criação de uma linha circular entre os bairros da região da Parte Alta, para que os usuários desses bairros não tenham sempre de passar, obrigatoriamente, pelo centro da cidade; e um melhor atendimento do transporte coletivo aos sábados, domingos e feriados, quando a empresa concessionária reduz bruscamente o número de veículos que atendem o município.

 

Uma nova reunião, com um grupo mais reduzido de moradores, na sede da Agetrat será agendada para tratar desses e outros assuntos de forma mais aprofundada diretamente com a diretora-presidente da agência. 

 

Segundo o subsecretário de Assistência Social e Cidadania, Nilo Corrêa, o balanço geral do evento foi bom. “Reunimos cerca de 70 pessoas de cinco bairros da região, por isso o resultado nos deixou satisfeitos. Essa participação popular traz mais legitimidade e fortalece o Fala Cidadão, pois revela que as pessoas querem de fato exercer sua cidadania. E o Poder Público fará sempre sua parte para garantir esse direito do cidadão”.

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