Conciliando as carreiras de atriz e cantora na capital paulista, a corumbaense Paula Mirhan será uma das convidadas especiais do show “Recordar é Viver”, produzido para comemorar os 235 anos de fundação do município de Corumbá, neste sábado, 21 de setembro.
Desde que deixou a cidade em 2001 para seguir estudos em São Paulo, esta será a segunda vez que Paula se apresentará em Corumbá. “Só estive nos palcos corumbaenses para lançar meu primeiro disco, “Amanhecer” em 2008. De lá pra cá já lancei outros dois discos, “Café da Tarde” e “O Hábito da Força” (Filarmônica de Pasárgada), e estou me preparando para gravar o terceiro (segundo com a Filarmônica, projeto que tenho desde 2008)”, disse a artista.
Paula surgiu como um dos grandes talentos dos Festivais Estudantis da Canção na década de 90, quando arrebatava vários títulos nas categorias que concorria. Vinda de uma família que tem ligação forte com a área musical a lembrar do tio Nelson Mirhan (compositor), da prima Lara e da irmã Fernanda, ambas também intérpretes, Paula recorda é formou-se em Artes Cênicas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, e frequentou o curso de Canto Popular do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim.
“O foco da apresentação em Corumbá será de canções que refletem meu modo de vida atual: tenho 30 anos, faz 12 que moro numa das maiores metrópoles do mundo, vivo de arte há 8 anos, trabalho com teatro e música na mesma intensidade, tenho mil projetos acontecendo ao mesmo tempo”, ressalta a artista ao falar sobre as músicas escolhidas para a apresentação em Corumbá.
“Serão três músicas: a primeira, é a metáfora de alguém que está fora de casa e volta para dizer que agora pertence ao mundo; a segunda, conta um pouco do meu modo de vida em São Paulo e minhas crenças, desconfianças; a terceira, é uma canção que cantei num dos primeiros ‘Enam Canta Brasil’, um projeto da minha escola e que ainda existe. Quem esteve lá vai se lembrar”, garante.
Aos 30 anos de idade, Paula desenvolve um trabalho maduro e cheio de referências do melhor da nossa música popular brasileira. A artista avalia que o estímulo trazido por eventos artísticos estimula o conhecimento, a produção e o aprimoramento de artistas locais.
“Ninguém nasce decidindo fazer arte e trabalhar com isso, é preciso que sempre haja movimento na cidade, apresentações de música, dança, teatro, artes plásticas, cinema. Acho que também é importante que esses talentos “escondidos” se movimentem e não esperem ser descobertos. Acho também que as pessoas precisam ter interesse em procurar referências de arte que está sendo feita MS a fora. Afinal de contas, não podemos mais botar a culpa na falta de informação, a internet está aí com ferramentas preciosas para pesquisa”, diz.
Para Paula, que deixou Corumbá no final da adolescência para seguir os estudos no estado de São Paulo, retornar a sua cidade natal para participar de um show emblemático como será o “Recordar é Viver” é motivo de grande satisfação.
“Eu nasci, me criei e comecei minha carreira artística em Corumbá. É uma honra receber esse convite pra voltar pra casa depois de tanto tempo, ainda mais para homenagear a minha cidade, minha origem, numa data tão importante. Corumbá é uma cidade que inspira sensibilidade artística, desde sua arquitetura, seu pôr-do-sol, seu Rio, seu carnaval, seu São João, até suas pessoas”, comenta a artista que chega nesta 6ª feira, 20 de setembro, à cidade.