Roberto Maehler, canoísta paranaense de Cascavel, integrante da seleção brasileira, conquistou pela segunda vez uma prova de canoagem em Corumbá. Na manhã desse sábado, 23, ele venceu os 30 quilômetros da prova que integrou o Pantanal Extremo, competição de esportes radicais promovido pela Prefeitura Municipal. Em 2004 ele já havia conquistado o título dentro do Jogos de Aventura do Pantanal.
“Estou saindo com chave de ouro do Pantanal”, disse logo que cruzou a linha de chegada na prainha do Porto Geral. O canoísta de 28 anos que venceu pela segunda vez o trecho de 30 quilômetros no Rio Paraguai, da boca da Baia do Tuiuiú ao Porto Geral, disse que o maior adversário foi o forte calor.
“Já conhecia o percurso e as dificuldades do Rio Paraguai. Esta é a segunda vez que participo de uma competição aqui. Estive nos jogos de 2004 e fiquei em primeiro lugar. Posso dizer que sou bicampeão com a vitória no Pantanal Extremo”, comemorou enquanto retirava uma câmera que estava instalada na frente de seu caiaque. “Foi uma hora e meia de gravação. Trouxe imagens especiais para o pessoal de TV que pediu para navegar com esta câmera”, completou.
A prova de canoagem foi um dos destaques do sábado de Pantanal Extremo em Corumbá. A competição foi organizada pela Federação de Canoagem de Mato Grosso do Sul. Admir Arantes Bueno Sobrinho, presidente da entidade, acompanhou o grupo de 52 canoístas que deixaram a área urbana de Corumbá às 06 horas, em uma embarcação da Marinha do Brasil (6º Distrito Naval).
“Foi muita correria. Tivemos dificuldades em termos de logistica, mas posso dizer que a prova foi nota 100”, avaliou Admir. Ele lembra que esta é a primeira vez que Federação realiza uma competição no Pantanal e como foi uma prova longa, os canoístas sul-mato-grossenses tiveram muitas dificuldades.
“Eles não estão acostumados com este tipo de percurso”, revelou, lembrando que os três primeiros colocados são atletas integrantes da seleção brasileira. Além de Roberto Maehler, que disputou a classe 5.20, a competição apontou Ricardo Barreto em segundo lugar (também na classe 5.20), e Juliano Crai em terceiro (classe 4.50), ambos de Cascavel.
Juliano Crai foi o primeiro da sua categoria. Competiu com um caiaque diferente do que ele está habituado a utilizar. Disse ter sentido câimbras durante o trajeto de 30 quilômetros, mas demonstrou satisfação. “Foi extremo mesmo esta prova”, sintetizou.
Feliz também estava Ricardo Barreto. Velocista (200 metros é sua especialidade), ele classificou o trajeto como muito difícil, com forte correnteza mas que deu para cumprir o percurso com tranqüilidade. “Consegui um bom desempenho”, celebrou.
A prova dominada pelos paranaenses, mas mostrou que o Estado também possui bons canoístas. É o caso de Antonio Garcia Filho, de Aquidauana, que terminou na quarta posição. Ele classificou o percurso como difícil, mas afirmou que treina longos percursos, com muitas corredeiras, no Rio Aquidauana, entre Camisão e a prainha, 18 quilômetros.
É de Aquidauana também uma das revelações da prova: Éder Túlio. Ele tem 23 anos e pratica este esporte há apenas um ano. Éder é paratleta e chegou bastante cansando. “Competir em uma prova longa como esta e ficar em uma mesma posição dentro do barco cansa muito e causa muito sofrimento”, disse, reclamando de dores na coluna.