SISFRON prevê implantação de centros de operações em Corumbá

Com a implantação do SISFRON (Sistema de Monitoramento de Fronteiras) em Mato Grosso do Sul, a cidade de Corumbá deve ganhar dois centros de operações, além de um pelotão de comunicação e um da Polícia do Exército. A informação foi repassada na manhã desta 6ª feira, 08 de novembro, quando autoridades civis e militares, representantes de instituições e população estiveram reunidos no Centro de Convenções do Pantanal para o Ciclo de Debates Sobre o SISFRON.

 

O evento realizado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado e foi uma solicitação do senador Delcídio do Amaral e está acontecendo em várias cidades sul-mato-grossense de fronteira, além da capital Campo Grande. Mato Grosso do Sul é o primeiro estado brasileiro que terá o sistema implantado.

 

Presente no evento, o prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, falou sobre as peculiaridades com as quais as cidades de fronteira convivem. Ele destacou que os investimentos do SISFRON no município agregam um valor positivo perante o contexto nacional.

 

“É importante essa percepção que as autoridades hoje tem sobre as fronteiras brasileiras, pois os investimentos nessas regiões minimiza não apenas problemas nelas, mas em todo o país, então o que estamos vendo é Corumbá no centro das discussões e é isso que nós precisamos e queremos. A nossa cidade precisa ter essa visibilidade, não é somente falar dos problemas que acontecem, mas falar das soluções”, destacou.

 

Paulo ainda destacou sobre a boa relação do povo corumbaense com o boliviano. Ele também não se esqueceu do importante papel da Forças Armadas e declarou. “É muito difícil governar qualquer cidade do Brasil, ainda mais aqui na fronteira, mas as Forças Armadas, tornam essa tarefa muito menos difícil e complicada. Para nós, aqui, as Forças Armadas estão indo muito além da segurança e da soberania nacional por isso meu profundo respeito agradecimento”, disse.

 

A implantação do projeto-piloto do SISFRON em Mato Grosso do Sul começou pela cidade de Dourados. Para cobrir os 16 mil quilômetros de fronteira brasileira, incluindo 570 municípios, serão aplicados R$ 12 bilhões até 2020. Entre os aparelhos usados para monitoramento estarão: radares, sensores e veículos aéreos não-tripulados (VANT’s), além de um complexo sistema de comunicação.

 

“É uma proposta de vanguarda, tecnológica com recursos de eletrônica complexos e que vão monitorar toda região de fronteira. Poucos são os países que tem uma fronteira tão grande como o nosso o que exige um trabalho muito mais amplo de todas as forças de segurança, portanto é um grande desafio”, avaliou o senador Delcídio do Amaral.

 

“O SISFRON é um basta a essas ações, é uma política acima de tudo de cidadania, um projeto que olha especialmente as pessoas, especialmente as nossas fronteiras. O Brasil não vai ser um país cidadão se não cuidar de suas fronteiras” disse ao prever ações conjuntas à implantação do sistema de monitoramento.

 

“Nós temos que incorporar esse projeto associado a outros que vem sendo desenvolvido pelo prefeito Paulo, pelos vereadores, pelos secretários criar políticas públicas de desenvolvimento porque não adianta apenas atuar preventivamente ou na repressão, tem que também atuar na origem, que são as perspectivas de uma vida melhor para as pessoas que vivem nas regiões de fronteira”, lembrou.

 

Durante sua exposição, o general de divisão Antônio dos Santos Guerra Neto, comandante do Centro de Comunicações, apresentou dados alarmantes sobre o prejuízo financeiro trazido pela violência no Brasil. Segundo a autoridade militar, o país “perdeu” o equivalente a 5% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2012, ou seja, R$ 224 bilhões, com as consequências de ações violentas. Nesse total, R$ 49 bilhões estão ligados ao tráfico de drogas, crime que tipificado em 22% da população carcerária o país.

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