Moradores de Residência Terapêutica comemoram Natal em novo lar

A Prefeitura de Corumbá realizou na última sexta-feira, 20, a mudança dos seis moradores do Serviço Residencial Terapêutico do município para seu novo lar. A casa fica localizada no Centro da cidade, possuiu cinco quartos, duas salas, três banheiros, cozinha, lavanderia e uma ampla área de convivência.

 

A mobília, providenciada pela Secretaria Municipal de Saúde, é toda nova, o que deixou o local mais confortável e aconchegante. É nesse ambiente que agora vivem os pacientes do CAPS II que já não possuem nenhum tipo de vínculo familiar. Quando não estão no Centro de Atenção Psicossocial – distante apenas duas quadras da casa – eles passam o dia ali.

 

Todos possuem doenças mentais graves e encontram na residência o suporte profissional e afetivo para levar uma vida praticamente normal. Quatro cuidadores foram contratados pela Prefeitura para fazer o acompanhamento desses pacientes. Durante a noite, plantonistas garantem o atendimento necessário.

 

Apesar desse cuidado diferenciado, os moradores tem total liberdade para ir e vir. Não há cadeados ou correntes nos portões. O que mantém essas pessoas na moradia é a atenção, carinho e o respeito que recebem dos profissionais.  Uma das habitantes é a senhora Márcia, que antes vivia em um barraco montado na rua Cuiabá acompanhada de dezenas de gatos.

 

Há quase cinco anos instalada na Residência Terapêutica, ela agora tem um quarto só dela e, com bastante energia, até ajuda nas tarefas do cotidiano. O café servido à tarde é responsabilidade da Dona Márcia. As refeições (quatro durante o dia) são oferecidas pelo Município.

 

E se antes eles comiam diretamente no marmitex, agora todos se sentam à mesa. O gesto de tirar a comida do vasilhame e servir o prato pode parecer simples, mas é um avanço importante no processo de socialização dessas pessoas. E assim foi também na noite do último dia 24, quando eles fizeram a primeira ceia de Natal no novo lar.

 

A Secretaria de Saúde agora busca o credenciamento da Residência Terapêutica junto ao Ministério da Saúde. Técnicos do MSUS devem visitar o local em janeiro. Uma vez regulamentada, o Governo Federal passa a auxiliar no custeio do local, hoje mantido integralmente pela Prefeitura.

 

 

SRT

 

Segundo o MSUS, o Serviço Residencial Terapêutico (SRT) – ou residência terapêutica ou simplesmente “moradia” – são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não.

 

O número de usuários pode variar desde 1 indivíduo até um pequeno grupo de no máximo 8 pessoas, que deverão contar sempre com suporte profissional sensível às demandas e necessidades de cada um.

 

O suporte de caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência, seja uma equipe da atenção básica, sejam outros profissionais) deverá considerar a singularidade de cada um dos moradores, e não apenas projetos e ações baseadas no coletivo de moradores.

 

O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a inserção do usuário na rede de serviços, organizações e relações sociais da comunidade. Ou seja, a inserção em um SRT é o início de longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador.

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