Médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e de endemias participaram nessa segunda-feira, 16, da capacitação sobre manejo clínico da dengue oferecida pela Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá. O encontro, realizado no Auditório da Prefeitura, serviu para apresentar aos profissionais da rede a nova classificação da doença, que será adotada pelo Ministério da Saúde a partir de 2014.
“O objetivo é oferecer suporte a todos os profissionais da Atenção Básica para fazer o primeiro atendimento, na Unidade Básica de Saúde, de forma adequada e eficiente. Para isso todos os profissionais envolvidos nessa rede precisam compreender a dimensão desse novo manejo, que será seguido nacionalmente a partir do mês de janeiro”, afirmou a secretária municipal de Saúde, Dinaci Ranzi.
E para alinhar a estratégia de combate à dengue em toda a região, a Secretaria de Saúde de Ladário e o Consulado Boliviano foram convidados a participar do evento. “Se não fecharmos todo o círculo de atendimento, esse trabalho não vai funcionar”, avalizou Dinaci, lembrando que os indicadores da fronteira boliviana e do município ladarense afetam diretamente os números da Macrorregião em Saúde, que tem Corumbá como cidade-pólo.
Ainda segundo a secretária, todas as Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) da cidade estarão 100% até o início de janeiro. “Isso significa dizer que todas as unidades de saúde de Corumbá terão médicos, o que só foi possível graças ao Programa Mais Médicos, do Governo Federal”, explicou.
Simplificação
Professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e especialista da Fiocruz no Mato Grosso do Sul, Rivaldo Venâncio da Cunha foi o responsável pela capacitação. O especialista destacou que o manejo clínico da dengue vai simplificar o diagnóstico e encaminhamento do doente. “O grande objetivo disso tudo é evitar mais mortes provocadas pela dengue”, afirmou.
De acordo com o professor, não existirá mais a classificação de dengue hemorrágica, dengue com complicações (DCC) e dengue clássica. Esses termos serão substituídos por dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave. “Esses sinais de alarde é que vão indicar se alguma coisa mais grave está acontecendo com o paciente”, detalhou. Com base nesses sinais, os profissionais da Saúde poderão fazer o encaminhamento correto dos infectados pelo mosquito Aedes aegypti.
“Até hoje tem-se que é só a dengue hemorrágica que leva ao óbito. A nova classificação vem para derrubar esse mito, essa imagem construída ao longo de décadas”, finalizou Rivaldo. Mais de 40 profissionais participaram da atividade promovida pela Secretaria de Saúde de Corumbá.