Corumbá inicia programa e leva saúde e assistência social a moradores de rua

Corumbá iniciou esta semana um programa que está permitindo ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços disponibilizados pela rede de saúde pública. Trata-se do Consultório na Rua, uma ação do Governo Federal em parceria com a Prefeitura do Município que, em dois dias, já realizou mais de 60 atendimentos em vários pontos da cidade, como também na Casa de Passagem José Lins, local que abriga morador de rua ou mesmo pessoas que estão de passagem pela cidade.

 

Os serviços estão sendo disponibilizados pela equipe do Consultório na Rua (eCR) integrada por um médico, José Antônio Reyes La o, de Cuba, que integra o programa Mais Médico; uma psicóloga; uma enfermeira; uma assistente social; uma técnica de enfermagem, e duas agentes sociais. A coordenação está a cargo da psicóloga Ana Lucia Provenzano.

 

O programa foi iniciado na quarta-feira, 08, à noite e em apenas três horas de atuação, a equipe realizou mais de 30 atendimentos, desde aferição de pressão arterial, até encaminhamento a unidades de saúde da cidade. Ana Lucia considerou a ação bastante produtiva, destacando inclusive a aceitação por parte das pessoas que vivem em situação de rua, dependentes químicos ou não.

 

O Consultório na Rua está a cargo da Secretaria de Saúde que tem como parceira a Secretaria de Assistência Social e Cidadania. O subsecretário de Assistência Social, Nilo Corrêa, acompanhou a primeira noite da ação e classificou o programa como importante. “Está oportunizando às pessoas que vivem em situação de rua, não só atendimento médico, mas também social, por meio de um trabalho integrado”, enfatizou.

 

A equipe Consultório na Rua (eCR) está atuando tanto no período noturno como também diurno. Após a primeira noite concluída com a aferição de pressão das pessoas que se encontravam na Casa de Passagem, o grupo retornou às ruas na manhã de quinta, 09, e o dia foi encerrado novamente na Casa de Passagem, dessa vez, com consultas médicas.

 

O médico da equipe, José Antônio Reyes, mostrou satisfação com as primeiras ações do programa. Citou que há dificuldades, mas que com dedicação, tem como realizar um bom trabalho voltado a este público que tem dificuldades de acesso aos serviços disponibilizados pela Rede de Saúde Pública.

 

O primeiro atendimento no Borrowiski foi de um jovem de 25 anos, dependente químico, que foi encaminhado para exames mais precisos, inclusive laboratoriais. No mesmo local, Fábio Luiz Sanches, 49 anos, morador na região, solicitou atendimento. Com dores no corpo, tosse e dificuldades para dormir, ele foi examinado e encaminhado ao Centro de Saúde da Ladeira. O primeiro diagnóstico do médico: tuberculose.

 

E quem comandava a clientela no Borrowiski era Elizabeth Soares dos Santos, 33 anos. Ele havia sido examinada na noite anterior e organizou o grupo, ficando inclusive com os encaminhamentos médicos. Beth, como é conhecida, disse que irá junto com os outros pacientes para realizar os exames. “Muito bom este atendimento. A gente tem dificuldades para se consultar e, agora, eles estão vindo aqui. Estou satisfeita”, revelou.

 

Cultura presente

 

Na parte da manhã, no Bairro Borrowiski, a ação foi acompanhada pela vice-prefeita Márcia Rolon, diretora-presidente da Fundação de Cultura de Corumbá. Ela conversou bastante com o médico da equipe e com os de mais integrantes, colocando a sua pasta à disposição para um trabalho integrado.

 

Conforme ela, a Fundação fez um levantamento de todas as comunidades consideradas em situação de risco, dividiu a área urbana em nove territórios, e está programando início de uma ação cultural em parceria com a AgroReggae, uma ONG que desenvolve os mais diferentes tipos de projetos em comunidades carentes.

 

“A equipe do AfroReggae vem a Corumbá no início de fevereiro e estará mantendo um contato com a comunidade local, desenvolvendo ações focadas na prevenção. Vamos aproveitar e atender também o morador de rua. Será mais um reforço a este programa importante que a Prefeitura está desenvolvendo que é o Consultório na Rua”, explicou Márcia.

 

A ação faz parte do projeto Caminho da Cultura que pai permitir realização de oficinas nas áreas do circo, capoeira, grafite, violino e percussão. “Será nas comunidades mapeadas, mas não impede de atendermos os moradores de rua”, disse Marcia, observando que a intenção é formar multiplicadores para que eles deem continuidade ao projeto.

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