No Guarani, comunidade adere a mutirão e ajuda combater a dengue

A comunidade do Bairro Guarani iniciou o dia fazendo uma verdadeira limpeza em seus imóveis, retirando os mais diferentes tipos de materiais que poderiam servir de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. De uma forma geral, os moradores aderiram ao grande mutirão iniciado nesta quarta-feira, 15, pela Prefeitura de Corumbá, como forma de conter o avanço da doença, e de uma possível epidemia na cidade.

 

Logo nas primeiras horas da manhã, quando os agendes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura chegaram ao bairro, encontraram uma grande quantidade de lixo depositado nas calçadas, já prontos para serem coletados pelas equipes encarregadas do serviço.

 

“Eles passaram avisando que este trabalho seria feito e, hoje cedo, escutei na rádio sobre esta ação. A gente mantém o nosso quintal limpo, Mesmo assim, retiramos tudo que pode servir de foco do mosquito e colocamos na calçada”, explicou Cassimiro Alves da Silva, 61 anos. Ele, junto com Neiva Maria Souza, 56 anos, residentes na esquina das Rua Espanha com a Bahia, fizeram o dever de casa.

 

“É muito importante esse trabalho. Todos devem fazer a sua parte. Se a comunidade não zelar, a doença vem!”, comentou Cassimiro. Neiva demonstrou preocupação com os imóveis fechados. Só próximo à residência dela, existem dois que precisam ser limpos. Pediu apoio do agente de endemias que estava fazendo uma visita ao local, orientando sobre os procedimentos que devem ser adotados para eliminar os focos da dengue. “Estes dois imóveis tem  muito lixo e precisam ser limpos”, pediu a dona de casa.

 

Outra moradora que fez uma verdadeira faxina em sua casa foi dona Iolanda Ramos, 61 anos. Moradora na Alameda Riachuelo, ela disse que acordou cedo e retirou tudo aquilo que poderia servir de depósito para proliferação do Aedes aegypti. “Muito bom este trabalho que estão fazendo. Retirei tudo que poderia ser foco da dengue de dentro de casa. Lá, ninguém pegou dengue, mas é bom prevenir”, enfatizou.

 

Lucimar Alves da Silva, 26 anos, foi outra moradora que tirou boa parte da manhã para limpar o seu quintal. Quando a equipe chegou, ela já estava com tudo acoplado em um saco plástico preto, que os agentes estavam entregando em todo o bairro, na calçada, para ser retirado pela equipe responsável. “Todos devem fazer a sua parte. Retirei tudo. Queria apenas saber se eles levam este sofá velho?”, perguntou. Em frente à casa dela, um depósito de material reciclável a céu aberto preocupou os agentes de endemias, que vão orientar o responsável para eliminar focos da doença.

 

O Bairro Guarani está sendo a primeira região atendida pela ação contra a dengue. É que lá, o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), apontou uma incidência de infestação de 13,33%, o maior da cidade que fechou este primeiro ciclo com 4,63%.

 

Mas, se todos fizessem como dona Palmira Querida, de 79 anos, residente na Rua José Fragelli, a região não iniciaria o ano liderando o ranking da dengue na cidade. Ela foi visitada por dois agentes de endemias que a elogiaram no final da inspeção. “É um exemplo para todos”, disse um deles, apenas orientando para retirar as folhas que caem das árvores, no fundo de seu quintal, para evitar surgimento do mosquito flebótomo, conhecido como mosquito palha, transmissor da leishmaniose.

 

“A gente procurar manter tudo limpinho. Eu cuido do meu quintal e já vou retirar estas folhas secas. Mas, de nada adianta a gente cuidar do nosso quintal se, ao lado, os terrenos estão sujos. É um perigo isso aí”, disse dona Palmira, apontando para um terreno ao lado de sua casa, tomado pelo mato. Ficou mais tranquila ao saber que a Prefeitura vai identificar o proprietário, notificar e dar um prazo para que seja feita a limpeza. Se isto não correr, o próprio Poder Público realiza o trabalha, cobra pelos serviços e ainda multa o dono do imóvel por estar colocando a saúde pública em risco.

 

Eliminar focos

 

A ‘operação de guerra’ iniciada hoje, conta com participação de todas as pastas da Administração Municipal, além  de parceiros como a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Unipav, responsável pela coleta de lixo na cidade.

 

A ação começou pelo Guarani e, nesta quinta-feira, 16, vai para a Nova Corumbá. A iniciativa visa eliminar os pequenos depósitos móveis, vasos e pratos de plantas, frascos com plantas, bebedouros de animais, etc.; pneus e outros materiais rodantes, bem como lixo diverso, como recipientes plásticos, latas, sucatas e entulhos. Tudo isso é apropriado para proliferação do mosquito da dengue

 

Tudo deve ser colocado nas calçadas para a coleta que será feita por caminhões disponibilizados pela Secretaria de Infraestrutura, Habitação de Serviços Públicos. O CCZ alerta que, após a realização desse trabalho, o setor de Vigilância Sanitária fará vistorias aos imóveis que deverão se manter livres dos focos. Caso sejam encontrados materiais que acumulem água, o proprietário será penalizado com base na lei municipal contra a dengue, que prevê inclusive multas.

 

O atendimento na Nova Corumbá acontece nos dias 16, 17 e 20. Após isto vai para o Generoso, dia 21; Guató, 22 e 23; Centro América, 24; centro da cidade, 27, 28, 29, 30, 31 de janeiro e 03 e 04 de fevereiro; Popular Velha, 05; Cristo Redentor, 06, 07 e 10; Popular Nova, 11; Dom Bosco, 12 e 13; Universitário, 14 e 17; Aeroporto, 18, 19 e 20; Arthur Marinho, 21; Nossa Senhora de Fátima, 24; Maria Leite, 25 e 26; Cervejaria, 27; Beira Rio; 03 de março; Industrial, 04; Previsul, 05, e Jardim dos Estados, no dia 06 de março.

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