O Mercadão de Corumbá voltará a ter sua função original, que é a de ser um entreposto entre os produtores rurais dos assentamentos e a população de cidade. O espaço, localizado no centro da cidade, foi um dos contemplados com recursos do programa federal PAC das Cidades Históricas e está em fase de finalização de seu projeto.
O local abriga em seu entorno a praça Uruguai, que também foi contemplada com os mesmos recursos federais. Nos últimos anos, o Mercadão estava sendo utilizado para abrigar serviços de saúde pública, entre eles, Laboratório de Análises Clínicas, Fisioterapia e Farmácia municipais.
Com a reestruturação que ocorre na Saúde na gestão do prefeito Paulo Duarte, alguns dos serviços citados acima já ganharam espaço mais adequado, como foi o caso do Laboratório Municipal, inaugurado na última quinta-feira, 24 de abril. Num prédio anexo ao Hospital Municipal de Corumbá, o novo Laboratório está conferindo mais celeridade nos diagnósticos que dependem das análises clínicas.
Já a Farmácia e a Fisioterapia têm tempo determinado para permanecerem no espaço do Mercadão. No próximo mês de maio, esses serviços serão deslocados para a unidade de saúde, que será implantada na Rua América, entre as ruas Tiradentes e Ladário, também na área central da cidade. O prédio está em fase final de reforma.
A diretora-presidente da Fuphan (Fundação de Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico), Maria Clara Scardini, reforçou que o projeto de revitalização do Mercadão está sendo finalizado e tem como objetivo primordial, não apenas recuperar o espaço público, mas conferir seu uso original.
“Vamos colocar o Mercadão em atividade de novo, mas com a função que tinha. Vamos revitalizar e devolver esse uso que ainda está no nome do local e na memória de muitos”, disse ao comentar que já se iniciou a tratativa com a Secretaria Municipal de Produção Rural para a gestão do espaço. Já há vinte produtores cadastrados para ocuparem os quase 50 boxes que estarão dispostos no local após a revitalização.
Além dos espaços para a comercialização da produção rural dos assentamentos, o novo Mercadão contará ainda com uma praça de alimentação onde ficarão instaladas lanchonetes e cantinas, além de banheiros e uma área administrativa.
“Em breve, vamos iniciar essa obra e a ideia é ter uma bela área que, além de ser usada pelo corumbaense, se torne também uma referência turística”, observou Scardini ao lembrar que, em várias cidades do mundo, espaços semelhantes acabam agregando essa característica.
Ela explicou ainda que, de todas as obras contempladas pelo PAC das Cidades Históricas em Corumbá, a do Mercadão aglutina o entorno composto pela praça Uruguai, parte que não podia ser esquecida dentro do projeto.
“A praça Uruguai é uma extensão. Não adianta a gente revitalizar o Mercadão e esquecer a praça. O projeto também contempla a praça. Não vamos mudar a estrutura dela, não vamos mudar o desenho porque ele faz parte da história da praça. Revitalizaremos com área verde e iluminação para que ela agregue ao projeto do Mercadão. O cartão-postal do Mercadão é a praça”, resumiu.
PAC Cidades Históricas
Corumbá foi a única cidade do Mato Grosso do Sul e uma das 44 do Brasil contemplada pelo PAC das Cidades Históricas, programa do Governo Federal que permite revitalizar seu patrimônio histórico. Para a cidade pantaneira, foram destinados R$ 19,6 milhões que serão aplicados na restauração e requalificação de prédios e equipamentos históricos, localizados na área tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, e de entorno.
Dez projetos foram contemplados pelo PAC das Cidades Históricas, de um total de 11 apresentados. São a restauração do prédio da antiga Prefeitura Municipal, do Hotel Internacional, do antigo Presídio (Casa do Artesão), do Casarão da Comissão Mista, do Instituto Luiz de Albuquerque (ILA), da Igreja Nossa Senhora da Candelária, além do antigo mercadão.
Foi contemplada também a Praça do Uruguai, (incluída junto com o projeto do antigo Mercado Municipal), bem como as praças da República e da Independência (requalificação). O décimo projeto é a ligação da parte alta e parte baixa da cidade (acessibilidade).