Em abertura de Conferência, prefeito destaca drenagem como ação preventiva

A abertura da 2ª Conferência Municipal de Proteção e Defesa Civil de Corumbá contou com a presença do prefeito Paulo Duarte que destacou a temática do evento como uma das prioridades de sua gestão ao comentar sobre o novo conceito atribuído aos órgãos de defesa e proteção civil.

 

“Essa participação social é importante para que se entenda um pouco do contexto que vivemos em nosso país na questão da proteção e da Defesa Civil. Hoje, a política é muito mais de caráter preventivo e não se ver mais como se via anteriormente, apenas como depois de desastre”, destacou.

 

Como exemplo, o prefeito comentou que o planejamento de novas habitações deve levar muito em conta as questões de drenagem que, segundo ele, são “um investimento silencioso, mas que a Prefeitura continuará fazendo, com vistas à segurança dos moradores” para evitar que novos problemas por intervenção do homem se somem aos de causas naturais.

 

“Antes de construir uma obra, um conjunto, precisamos ter o cuidado básico de pensar nas pessoas que vão morar nessas regiões. Pode ter certeza que o nosso trabalho (Prefeitura) é feito dessa forma transparente, num diálogo com a população, enfrentando todos os problemas. É claro que não se resolvem problemas de décadas em um ano e três meses, mas alguns deles já estão sendo resolvidos”, disse ao pontuar ações em várias regiões da cidade, como nos conjuntos Cravo Vermelho I, II e III; na alameda 9, no Loteamento Pantanal; além da busca de soluções para os problemas de alagamentos constantes no conjunto residencial Guatós, no bairro Maria Leite, onde 1200 casas foram construídas em terreno fértil de minadouros.

 

O prefeito garantiu que já busca soluções junto ao Governo do Estado, pois encaminhou uma carta ao secretário de Infra-estrutura, Edson Giroto, a fim de dotar de infra-estrutura básica o conjunto habitacional.

 

“O conjunto deveria ser entregue com drenagem, pavimentação, escola. Temos projeto para construção de uma unidade de saúde no local, mas não podemos fazer isso para que, depois de inaugurada, ela seja inundada por água”, destacou ao comentar.

 

“Estamos com um projeto de construção de mil unidades habitacionais, mas só vamos anunciar isso quando estiverem todos os detalhes com relação à drenagem. Não vamos fazer politicagem com isso para depois o povo padecer, perder tudo o quem na chuva e falarem que a culpa é de São Pedro. É claro que tem eventos que fogem ao padrão, mas a maioria das coisas se resolve com prevenção”, disse.

 

Área de risco

 

O prefeito fez questão de ressaltar que as áreas de risco também não são esquecidas. Segundo ele, projetos de construção de unidades habitacionais visam proporcionar um lar em espaço seguro aos cidadãos, retirando-os dessas regiões impróprias para moradia.

 

“Às vezes, é muito difícil para uma comunidade entender que o melhor é deixar a área de risco onde vive há anos, porque tem que se pensar na vida. As unidades habitacionais que forem entregues em nosso Governo terão como prioridade a retirada de pessoas quem estão em áreas de risco”, falou ao, mais uma vez, reforçar o compromisso de seu governo com a temática da Conferência.

 

“Vamos continuar fazendo esse investimento silencioso, com recursos próprios, pois mesmo as obras que tem recursos federais, possuem contrapartida do Município, recursos da Prefeitura em drenagem. Não tem nenhuma obra que estamos fazendo que não tenha a antecipação da drenagem, seja na área central ou nos bairros”, frisou Duarte.

 

Defesa Civil, tarefa de todos

 

O chefe da Defesa Civil de Corumbá, Isaque do Nascimento, pontuou as conquistas do organismo no município, destacando que Corumbá, foi uma das primeiras cidades do Estado a possuir o Cartão de Pagamento da Defesa Civil, que agiliza a transferência de recursos federais para ações de socorro e assistência às vítimas de desastres; e também o primeiro a integrar o Sistema de Gerenciamento de Defesa Civil.

 

“Conseguimos inserir Corumbá dentro dos municípios prioritários devido às inundações graduais que, sazonalmente, ocorrem aqui na planície pantaneira. Embora previsíveis, temos uma gama de pessoas que estão nessa área e precisam da atenção do Governo”, falou ao citar que as ações da Defesa Civil se estendem para as áreas rurais e do Pantanal.

 

Com trinta anos de trabalho junto à Defesa Civil no Estado, o Coronel do Corpo de Bombeiros, João Alves Calixto, foi o palestrante da manhã que trouxe referências históricas, além do processo evolutivo, doutrinário e filosófico que ela sofreu ao longo das últimas duas décadas.

 

“O que defendemos é que a proteção civil é uma função não de Governo, mas de Estado e com isso ela deve chegar na região de sinistro, e isso deve ser assimilado pelo morador, que é quem vai fazer essa primeira resposta. É ele quem vai ver se o morro está deslizando, se a enchente está chegando, é ele, no dia-a-dia que vai ser o primeiro sentir o início da tragédia e as conseqüências. Por isso, ele precisa estar envolvido”, explicou ao reforçar que a Defesa Civil é uma tarefa multidisciplinar.

 

A 2ª Conferência Municipal de Proteção e Defesa Civil de Corumbá segue com discussões durante a tarde desta 5ª feira, 10 de abril, em salas do SESC Corumbá, onde serão eleitos delegados municipais e retirados princípios e diretrizes para a etapa nacional do debate.

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