Os 147 anos da Retomada de Corumbá e o aniversário de 68 anos da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira Ricardo Franco foram celebrados nesta quinta-feira, 12 de junho, no Jardim da Independência. A solenidade reuniu autoridades políticas, militares, civis e eclesiásticas da região e, além de celebrar a história marcante da cidade, ajudou a fortalecer o patriotismo do povo pantaneiro.
“Temos que conhecer e reconhecer a história do nosso chão, da nossa terra, para entendermos o presente e construirmos um futuro com perspectivas positivas”, afirmou o prefeito Paulo Duarte comemorando a parceria entre a 18ª Brigada e o Campus do Pantanal da Universidade Federal de Mato Grosso Sul (UFMS), que vai permitir a recuperação e restauração da histórica presença do Exercito no município.
O prefeito ainda aproveitou a solenidade para destacar a importância do País sediar um evento esportivo como a Copa do Mundo. “Temos que torcer, não só pela Seleção, mas pelo nosso País. Temos que reconhecer as coisas importantes que aconteceram já e combater aquilo que esteja errado, mas sem entrar nesse clima de ‘quanto pior, melhor’. Depois da Copa, fica, com certeza, um grande legado para toda população brasileira”.
O general Pedro Paulo de Mello Braga, comandante da 18ª Brigada, também ressaltou a semana festiva, que começou na quarta-feira com a celebração da Data Magna da Marinha do Brasil. “É um momento de grande emoção constatar que com evolução do conhecimento e de materiais, a Brigada tem oportunidade de desenvolver operações nesta faixa de fronteira em defesa da pátria e visando também a segurança dos grandes eventos, como a Copa do Mundo, que hoje se inicia”, comentou.
Retomada
A Retomada de Corumbá é celebrada no dia 13 de junho, data em que as tropas comandadas pelo tenente coronel Antônio Maria Coelho, expulsaram os paraguaios comandados por Solano Lopes, das terras da Província de Mato Grosso por ocasião da Guerra do Paraguai.
A data relembra a Guerra do Paraguai, quando em janeiro de 1865, Corumbá e o Forte de Coimbra foram militarmente tomados por tropas paraguaias. Muitas vidas foram ceifadas na época.
Em 1867, o presidente da província de Mato Grosso, Couto Magalhães, planejou a Retomada de Corumbá e iniciou os preparativos militares elaborando a estratégia das operações, que ficou sob o comando do tenente coronel Antônio Maria Coelho. No dia 15 de maio de 1867 teve início a ação militar para a Retomada de Corumbá com a partida das tropas do Porto de Cuiabá.
No dia 13 de junho, pela madrugada, a tropa toma rumo norte, caminhando pelas margens do Rio Paraguai. Depois de 25 quilômetros de penosa marcha, os soldados param próximo à vila de Corumbá, para observação e plano tático de seus comandantes.
Os ataques foram iniciados às 14 horas e duraram até às 18 horas. A retomada de Corumbá marcou o início do processo de expulsão definitiva das tropas paraguaias do solo de Mato Grosso.
Brigada Ricardo Franco
A solenidade relembra Ricardo Franco de Almeida Serra, português de nascimento, que aportou no Brasil em 1780, ainda como capitão, aos 32 anos de idade. O coronel Ricardo Franco fez o levantamento de fronteiras brasileiras, explorando mais de 50 rios das bacias do Amazonas e do Prata, e mapeou as capitanias do Grão-Pará, Piauí, de São José do Rio Negro e de Mato Grosso.
Além disso, dirigiu trabalhos de construção de várias fortificações, entre as quais o Quartel dos Dragões de Vila Bela (no atual Mato Grosso) e o Forte Príncipe da Beira (em Rondônia). Das obras de Ricardo Franco, sobressai a construção e defesa do Forte Coimbra, em pleno pantanal sul-mato-grossense.
Em 1801, Ricardo Franco era tenente-coronel e estava no comando do Forte Coimbra com um reduzido efetivo de 49 homens. Heroicamente contrapôs-se a um ataque pelo sul, desfechado por forças espanholas que, dotadas de uma frota de 800 homens e vários tipos de embarcações, relutavam em reconhecer as demarcações.
Em 1802, a Coroa Portuguesa, reconhecida, promoveu Ricardo Franco ao posto de coronel e agraciou-o com o hábito de São Francisco de Assis, permanecendo no comando do Forte de Coimbra e da Fronteira Sul. Preocupado com a defesa dos limites com os espanhóis, implantou destacamentos, reconstruiu fortes e executou outras obras militares e civis. Combalido por doenças tropicais, faleceu aos 61 anos de idade no comando do Forte Coimbra.