Oficina de Dança democratiza arte e encanta com espetáculo que exaltou brasilidade

Os primeiros passos com as crianças, a conquista da autoestima com as mães, a possibilidade de expressão com jovens da dança de rua e a superação com os integrantes da APAE foram os ingredientes que compuseram na noite da última sexta-feira, 12 de dezembro, mais um espetáculo anual da Oficina de Dança de Corumbá.

 

Desde cedo, a plateia já lotava o teatro do SESC Corumbá, no Porto Geral, para assistir o resultado de mais um ano de atividades do projeto que é mantido pela Prefeitura Municipal de Corumbá, por meio da Fundação de Cultura. Em 2014, a Oficina de Dança completou 15 anos de atividades, período quando milhares de crianças e adolescentes receberam muito mais do que ensinamentos sobre a arte da dança como frisou a vice-prefeita e diretora-presidente da Fundação de Cultura de Corumbá, Márcia Rolon.

 

“É um projeto que realmente inclui, é uma política pública de acesso à arte e à dança e formação de cidadãos. É um projeto onde a gente entre e respira cultura, alegria e diversidade e brasilidade. É um projeto que trata do Brasil e é assim que eles (crianças) crescem na Oficina de Dança. Não é fácil trabalhar com dança, com arte no Brasil, não é fácil sobreviver de dança. Quero agradecer aos pais que confiam no trabalho da Prefeitura e do coordenador Joílson, dos professores que começaram todos com ele”, afirmou a gestora.

 

Antes de entrar no enredo das histórias das lendas brasileiras, o público pode conferir o trabalho desenvolvido com o street dance, estilo vibrante nascido nas ruas e que, hoje, faz-se uma das grandes formas de expressão da dança. Não apenas esses jovens, mas grupo de mães que, estimuladas pelos filhos começaram a dançar, deram um show, arrancando aplausos da plateia.

 

Essas apresentações precederam o um espetáculo que foi todo conduzido por histórias de lendas do nosso país. Uma simpática vovó, cadeira de balanço, livro de histórias e crianças atentas a cada palavra da anciã iam mostrando ao público do que cada coreografia se tratava. Pelo palco passaram a singeleza da Comadre Florzinha, o romantismo da Vitória-Régia e os momentos de arrepios com o Lobisomem e o Minhocão, este último lenda pantaneira que causa temor na população ribeirinha.

 

Na cerca de duas horas de duração, as apresentações encantaram a todos, principalmente a superação mostrada com a alegria vibrante dos alunos da APAE. “São 15 anos de Oficina, uma coisa fantástica, 500 crianças e mães, porém, talvez, o ápice do espetáculo foram as crianças da APAE, então, com certeza, isso demonstra que arte e cultura não tem idade, não tem limitação física. Com certeza, um projeto que fez 15, vai fazer 30, 45 anos, é um projeto vitorioso e que comprova que Corumbá respira arte e cultura desde que as pessoas nascem”, disse o prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, que acompanhou o espetáculo ao lado da primeira-dama e diretora-presidente da FUHPAN, Maria Clara Scardini.

 

Ao todo, o elenco contou com 480 pessoas mais a parte de apoio e professores que se empenharam para mostrar o melhor no palco. O coordenador da Oficina de Dança, Joílson Cruz disse estar satisfeito com o resultado de mais um ano de ações e lembrou que a dança ensinada no projeto ultrapassa os conceitos técnicos.

 

“A dança tem um papel social muito grande, além de valorizar grandes artistas que temos na nossa cidade, ela tem o poder de transformação e isso é muito importante para todas essas crianças, a todos esses jovens e adultos que passaram por esse palco. Estou muito feliz com o resultado do trabalho do ano todo porque, além de descobrir talentos, a gente mostra a diversidade cultural do nosso Brasil, e isso é muito importante”, afirmou ao destacar a grande conquista trazida com a Oficina.

 

“Até as pessoas acreditaram passamos por muita coisa porém, graças a Deus, conseguimos esse reconhecimento e o projeto, hoje, é da comunidade e para a comunidade. É para revelar talentos e melhorar a autoestima das pessoas porque sempre digo que o projeto não é para formação de bailarinos, mas de cidadãos honestos, que saibam apreciar uma bela obra de arte”, disse ao comentar ainda sobre as aspirações do projeto.

 

“Estamos com projeto de expandir as atividades com polos em Albuquerque (distrito de Corumbá) e nos bairros mais afastados da área central e assim alcançar um número maior de gente envolvida com a cultura”, revelou.

 

Na noite deste sábado, 13 de dezembro, o espetáculo continua com o elenco adulto no “Recordança”, que faz um recorte de coreografias executadas ao longo dos 15 anos de atividades da Oficina. A entrada é gratuita e as apresentações começam às 20 horas, no teatro do SESC/Corumbá.

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