Corumbá integra 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul

Corumbá inicia nesta terça-feira, 24 de março, a 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul. A iniciativa será desenvolvida no município pantaneiro pela Fundação de Cultura de Corumbá, inicialmente, em escolas da região circunvizinha do  Cultura do CEU – Centro Unificado de Artes e Esportes, do Jardim dos Estados, um dos pontos inscritos para participar do evento que acontece em todo o país por intermédio do Governo Federal.

 

Os filmes que serão exibidos trazem a temática “Direito à Memória e Verdade”, continuando as reflexões dos cinquenta anos do golpe de 1964. O cinema brasileiro representa importante testemunha dessa história, tendo ao longo dos anos revisto, criticado e intervisto na interpretação desse momento vivido em nosso país e suas conseqüências. Os filmes escolhidos abordam de diferentes maneiras, sob distintas molduras genéricas, fatos e narrativas relacionadas com esses acontecimentos políticos que marcaram a segunda metade do século XX no Brasil.

 

As produções que buscam suscitar esse debate são: “A Vizinhança do Tigre”, de Affonso Uchoa; “Cabra Marcado pra Morrer”, de Eduardo Coutinho, “Pelas Janelas”, de Carol Perdigão, Guilherme Farkas, Sofia Maldonado e Will Domingos; “Que Bom te Ver Viva”, de Lúcia Murat; “Rio Cigano”, de Júlia Zakia; e “Sophia”, de Kennel Rógis.

 

Os filmes, realizados em contextos diversos, trabalham a memória, nunca estanque e inerte, do que significou aquele evento crucial, algo especialmente importante nos dias presentes. Afinal, quando uma Comissão da Verdade constituída pelo Governo Federal está em atuação e quando grandes veículos de comunicação são confrontados com suas próprias posturas e opiniões em épocas anteriores, o passado, mais do que nunca, vira motivo de conflito sobre seus sentidos.

 

As exibições começam pela escola municipal Ângela Maria Perez, localizada na rua Pará, s/nº, bairro Jardim dos Estados. As projeções acontecerão sempre às 15 horas até o dia 27 nesta unidade de ensino, seguindo a programação a seguir: Sofia (dia 24); A vizinhança do Tigre (dia 24); Pelas Janelas (dia 25); Rio Cigano (dia 25); Cabra marcado para morrer (dia 26); Que bom te ver viva (dia 27).

 

Já na escola Estadual Nathércia Pompeo dos Santos, localizada na rua Ceará, nº 2867, bairro Nova Corumbá, as sessões acontecerão a partir das 19 horas e serão abertas à comunidade entre os dias 24 e 25 de março, conforme programação a seguir:  A vizinhança do Tigre (dia 24); Que bom te ver viva (dia 24); Sofia (dia 25); Pelas Janelas (dia 25); Rio Cigano (dia 25).

 

Após o dia 1º de abril, a Fundação de Cultura de Corumbá estará disponível para exibir os filmes em locais interessados e o agendamento deve ser feito pelo e-mail fundacaodeculturadecorumba@gmail.com ou pelo telefone (67) 3234-3451.

 

Sinopses dos Filmes

 

  • Sophia

Na busca por entender melhor o universo de Sophia, Joana, mãe dedicada, passa por belíssimas experiências sensoriais. Uma singela história de amor cercada de poesia visual e sonora.

 

  • A vizinhança do Tigre

Juninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem (MG). Divididos entre o trabalho e a diversão, o crime e a esperança, cada um deles terá de encontrar modos de superar as dificuldades e domar o tigre que carregam dentro das veias.

 

Pelas Janelas

Ao longo de 3 meses, uma equipe formada por quatro estudantes universitários de cinema e Audiovisual acompanhou parte dos processos e experiências dos projetos de cinema, educação e Direitos Humanos Inventar com a Diferença, realizado em escolas espalhadas por todo o Território Nacional.

 

  • Rio Cigano

Uma cigana atravessa mundos para salvar sua grande amiga de infância de uma condessa sanguinária.

 

  • Cabra Marcado para Morrer

Em 1964, o CPC da UNE inicia um filme sobre a vida de João Pedro Teixeira, Líder da Liga Camponesa de Sapé (PB), assassinado por latifundiários, inclui uma reconstituição ficcional do evento político que levou à sua morte. A viúva de João Pedro Elizabeth, e outros camponeses participaram das filmagens. Mas os trabalhos são interrompidos por conta do Golpe Militar. 17 anos depois Coutinho retoma o projeto e vai atrás dos personagens, encontrando Elizabeth na clandestinidade e sem contato com muitos de seus filhos.

 

  • Que bom te ver viva

Duas décadas depois, oito ex-presas políticas falam sobre a luta e a tortura vividas durante o regime militar brasileiro e a experiência de ter sobrevivido. Entre os depoimentos, delírios e confissões de uma personagem anônima, que reflete sobre o peso de ter sobrevivido lúcida às torturas.

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