A Inspetoria da Receita Federal do Brasil em Corumbá tem novo inspetor-chefe. Haroldo Idehara responde oficialmente pelo cargo desde a tarde desta quinta-feira, 16 de julho, quando foi empossado em solenidade realizada no auditório do Sindicato Rural de Corumbá. Além do inspetor-chefe, 13 novos auditores fiscais foram empossados para o desenvolvimento de ações na fronteira Brasil-Bolívia.
O prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, esteve presente à solenidade e destacou o papel primordial do trabalho desenvolvido pelos auditores fiscais na região. De acordo com o chefe do Executivo, que é auditor do Estado, essa é uma função que ainda precisa ganhar o reconhecimento de grande parte da população.
“Como auditor do Estado que sou, porque estou prefeito, sei o quanto é incompreendida essa missão. Muitas vezes, o trabalho é confundido, há falta de respeito com o profissional, mas tenho certeza que, no momento que o país atravessa, torna-se mais importante ainda o trabalho que vocês exercem”, ressaltou.
“Existe ainda a necessidade de uma Educação Fiscal para que as pessoas saibam realmente o que é o sistema tributário, a importância que ele tem e entendam que realmente, na maior parte das vezes, quem paga o tributo, é o cidadão comum. Sem administração tributária não haveria o Estado nas suas três esferas. Quando há a sonegação, há impacto na economia, na saúde, na segurança pública, e demais áreas da vida do cidadão”, comentou o comércio de produtos de forma irregular prejudicando quem trabalha na formalidade das atividades comerciais no Município.
O prefeito lembra que a partir do combate ao comércio ilegal, atendendo inclusive recomendação do Ministério Público, a cidade evoluiu. “Contávamos apenas com um mercado, evoluímos para outros, seja de grande porte ou menores em bairros. Grandes lojas de varejo vieram para Corumbá como as Casas Bahia e, mais recentemente, as Lojas Americanas. Com a irregularidade, quem ganha é só quem sonega. Já pensou se todo mundo trabalhasse na ilegalidade?”, disse ao lembrar o grande movimento presenciado nas diversas regiões da cidade.
“Pequenos negócios, micro empreendedores individuais estão desenvolvendo atividades em vários pontos da cidade. Num momento de crise, imagine como seria a competição de pessoas formalizadas com aquelas que não pagam nada. Isso é crime, existem quadrilhas organizadas que através da sonegação fazem outras coisas também”, disse.
Missão
Dos treze auditores fiscais, Carla Barros, foi a escolhida para representar o grupo e destacou a missão que os mais novos profissionais da fronteira Brasil-Bolívia terão pela frente e afirmou estarem imbuídos de determinação para o cumprimento desta função.
“A nossa tarefa é enorme, pois é sabido que a Receita Federal tem importância enorme para o país e, aqui em Corumbá com esse tamanho de fronteira, essa importância é muito maior. A indústria formal calcula que com o contrabando mais de 65 bilhões foram perdidos ano passado. Esse é o trabalho que nos espera: impedir isso. Também temos que trabalhar para evitar os mais de R$ 500 bilhões de sonegação, números que são impressionantes e que fazem com quem nós estejamos empenhados em desempenhar nosso trabalho da melhor forma possível e mudar essa realidade”, afirmou.
Destacando semelhante garra, Haroldo Idehara, que substituiu o ex-inspetor-chefe Eduardo Fujita, cujo tempo de atuação no cargo ultrapassou quatro anos, disse que o foco será mantido no contrabando e descaminho. Ele ainda pautou a atuação Inspetoria dentro da rigidez para coibir os crimes aduaneiros.
“Pautamos nosso trabalho na fiscalização do comércio internacional entre o Brasil e a Bolívia, país fronteiriço e amigo. É de suma importância que tenhamos como meta prioritária a repressão aos crimes de contrabando e descaminho de mercadorias. Crimes estes que trazem prejuízos incalculáveis. Seremos implacáveis com todo e qualquer ato que denigra e afronte o alcance de nossos objetivos. Exercer a administração tributária e aduaneira com justiça fiscal e respeito ao cidadão em benefício da sociedade é nossa missão”, declarou.
Além do Posto de Fronteira Esdras, a Inspetoria de Corumbá é responsável também, pela fiscalização dos seguintes recintos alfandegados: Aeroporto Internacional de Corumbá; Porto Fluvial de Ladário – Granel Química; Porto Fluvial Sobramil; Porto Fluvial Gregório Curvo – Empresa Vale; Base Fluvial da Marinha.
Papel importante
Segundo dados trazidos pelo superintendente regional da 1ª Região Fiscal da Receita Federal do Brasil, auditor fiscal, José Oleskovicz, Corumbá tem papel primordial no comércio exterior dentro da região Centro-Oeste do país.
“Em 2014, o volume do comércio exterior da Inspetoria de Corumbá foi de 3,5 bilhões de reais em importação, o que corresponde a 52% das importações do Centro-Oeste e cerca de 2 bilhões na exportação, representando aproximadamente 82% das exportações do Centro-Oeste. Diante dessa realidade, a Inspetoria tem buscado meios para definir e implementar controles eficientes e eficazes combinados com a necessidade de celeridade nos procedimentos aduaneiros de modo a reduzir o custo Brasil e possibilitar o desenvolvimento econômico do pais com a devida proteção da sociedade”, disse sem esquecer do trabalho de repressão também desenvolvido pelo órgão.
“Na jurisdição também ocorre atividade de repressão ao contrabando e descaminho, tendo no ano de 2014, 12,2 milhões de apreensão de mercadorias irregulares no país. Em 2015, estamos atingindo R$ 5 milhões”, adiantou Oleskovicz.